Interpol pede ajuda para identificar 22 mulheres assassinadas em três países. Reconhece alguma?

10 mai 2023, 10:58
Mulheres não identificadas (Interpol)

O apelo da Interpol é raro: os denominados “alertas negros”, para a identificação de corpos, costumam apenas circular entre as forças policiais

A Interpol lançou um apelo ao público para ajudar a identificar 22 mulheres mortas na Alemanha, Bélgica e nos Países Baixos entre 1976 e 2019.

A campanha, denominada ‘Operation Identify Me’ - cuja informação pode encontrar aqui - , foi espoletada pela investigação à morte de uma mulher em Amesterdão em 1999. A vítima foi encontrada dentro de um caixote do lixo, baleada na cabeça e no peito.

A investigar este caso desde 2005, a detetive neerlandesa Carina van Leeuwen contactou as polícias alemã e belga à procura de mais indícios que permitissem identificar a vítima. Foi então que se apercebeu da dimensão do problema.

“Nunca vou desistir da mulher do caixote”, disse, citada pela BBC News. "És uma pessoa, tens um nome, tens uma história, e a história tem de ser contada até ao fim, mesmo que o fim seja trágico e horrível.”

Desde que entrou para a polícia, já conseguiu identificar 41 cadáveres, e todos tinham algo em comum. "Independentemente do tempo que demorou a identificá-los, todos eles tinham alguém que sentiu a sua falta. Mesmo que seja 25 anos depois, as pessoas ficam muito felizes por terem algo que possam enterrar e prestar a sua homenagem”, justificou.

Após os contactos entre as autoridades alemãs, belgas e neerlandesas, os três países elaboraram uma lista com 22 cadáveres – nove encontrados nos Países Baixos, sete na Bélgica e seis na Alemanha.

O apelo da Interpol é raro: os denominados “alertas negros”, para a identificação de corpos, costumam apenas circular entre as forças policiais.

Maioria das vítimas identificadas tem origem estrangeira

Dos 41 corpos que Van Leeuwen identificou, apenas quatro eram de pessoas dos Países Baixos. A mulher encontrada no caixote, por exemplo, tem ascendência asiática. Daí, segundo a investigadora, a importância de contactar autoridades de outros países.

Sendo parte do Espaço Schengen, viajar entre estes países é bastante fácil devido às fronteiras abertas. De acordo com Susan Hitchin, coordenadora da Interpol, o aumento das migrações internacionais e do tráfico humano levou a que mais pessoas desaparecessem fora do país de origem.

Com este apelo, a Interpol espera reavivar as memórias de algumas pessoas que se possam lembrar das vítimas. “Se se recorda de um amigo, familiar ou colega que desapareceu subitamente, dê uma vista de olhos e contacte a polícia nacional competente”, pode ler-se no site da polícia transnacional.

"Talvez reconheçam um brinco ou uma peça de roupa específica que foi encontrada na mulher não identificada”, indicou Hitchin.

Relacionados

Europa

Mais Europa

Patrocinados