Sergio Rico e a reabilitação no pós-coma: «Perdi 18 quilos»

8 ago, 22:55
Sergio Rico (David Ramos/Pool Photo via AP, File)

O guarda-redes quer voltar ao ativo

Sergio Rico, antigo guarda-redes do PSG, falou sobre o coma e a vontade de regressar ao ativo, numa entrevista ao programa italiano Cronache di Spogliatoio. O espanhol caiu enquanto andava a cavalo e esteve 25 dias em coma, não se lembrando de nada sobre o momento do acidente. 

«Lembro-me de apanhar um voo de França para Espanha. Tínhamos um dia de folga antes do último jogo contra o Clermont, com o qual fecharíamos a época. Cheguei à Andaluzia para ir para El Rocio com a minha família. Um lugar rodeado pela natureza, cheio de animais e vegetação, onde milhares de pessoas se reúnem para fazer uma peregrinação. A pé, a cavalo, em carroças. A partir desse momento, já não me lembro de nada. Estávamos a 28 de maio de 2023. Acordei do coma a 19 de julho. A minha viagem a El Rocio é a última coisa que me vem à cabeça. Depois: o vazio», começou por descrever.

«Acho que houve dois milagres. Primeiro, o facto de estar vivo. E estar vivo sem consequências, sem impedimentos. Estou 100% bem e pude voltar a jogar futebol sem problemas. Foi uma longa viagem, porque estive afastado dos relvados durante 10 meses. Estive no hospital durante todo o verão após o coma. Tinha perdido 18 quilos, a minha massa muscular tinha desaparecido e não tinha forças. Sentia-me muito cansado, mesmo só de subir um lance de escadas. No início foi difícil. Estavam sempre a dizer-me que os músculos têm memória e que eu voltaria. Mas foi muito difícil, especialmente quando comecei a reabilitação», disse ainda o internacional espanhol.

Agora, com 30 anos, mas sem jogar há praticamente dois anos, Rico está sem clube após experiências no PSG, Mallorca, Sevilha ou Fulham. E quer voltar ao ativo. 

«Recuperei a 100% e quero voltar a jogar. Estou a treinar para isso. Nunca deixei de me sentir um futebolista. De facto, os treinadores do PSG disseram-me que ficaram surpreendidos quando, numa das últimas semanas da época passada, fizemos um teste neurológico, chamado Neurotracker, e os meus resultados eram ainda melhores do que antes do acidente. Foi um processo lento, mas sem pausas. Todos os dias me sentia melhor e aumentava as cargas. Mas tinha de ter cuidado para não sofrer lesões musculares devido à longa inatividade», afirmou.

«Nunca esquecerei a primeira vez que voltei a calçar as luvas no campo de treinos do PSG. Foi a sensação de estar de volta. Nunca deixei de sentir que faço parte deste desporto. Mesmo quando estava no hospital, passado o susto, o meu pensamento era voltar a entrar em campo. Questionei-me se conseguiria, mas todos confirmaram que conseguiria a 100%», finalizou Sergio Rico.

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