Médio português do Manchester City critica o calendário futebolístico, num ano em que a Liga dos Campeões e a Liga das Nações foram alargados e vai haver um novo Mundial de Clubes
Os jogadores queixam-se cada vez mais sobre a sobrecarga de jogos a que são sujeitos, mas as queixas não têm sido ouvidas. Só esta época, a Liga dos Campeões e a Liga das Nações foram alargadas e vai jogar-se um novo Mundial de Clubes, com mais equipas, em junho e julho.
Ao serviço da Seleção Nacional, Bernardo Silva foi questionado precisamente sobre esse tema e não negou que a quantidade de jogos que hoje existe no calendário futebolístico é exagerada.
«Acho que há aqui duas questões que são diferentes: uma questão que se ouve muito falar é que as pessoas dizem que os futebolistas não podem queixar-se por causa da vida que têm. Isso é verdade, estamos a cumprir sonhos de criança e que adoramos o que fazemos. O outro ponto é de a cada ano haver mais jogos e mais jogos. A realidade é que o calendário está completamente louco, não há grande explicação, ainda hoje recebemos a notícia no Manchester City que vamos jogar com o Watford para a Taça da Liga só com um dia de descanso pelo meio. Jogamos com o Arsenal, descansamos e jogamos com o Watford», disse.
«E se não formos eliminados de nenhuma competição até ao final da época jogamos de três em três dias durante mais nove meses. Acho que a carga que se tem imposto sobre os jogadores é completamente absurda. Mais jogos de Liga das Nações, mais jogos na Liga dos Campeões… Mundial de Clubes no final da época, cada vez mais competições, a intensidade dos jogos não baixa, cada vez são mais competitivos. É verdade que os plantéis estão maiores, mas não digo que é fácil», acrescentou.
No meio disto tudo, diz Bernardo, o tempo livre é muito pouco: «Fazer uma, duas épocas tudo bem, agora fazer isto durante seis, sete anos, e eu tenho essa experiência porque desde o meu tempo no Mónaco que jogamos Liga dos Campeões e chegamos longe nas competições, não tem sido fácil. Passo muito pouco tempo com a minha família e com os meus amigos. Faz parte da minha profissão, mas de facto a carga de jogos a que estamos sujeitos é completamente absurda.»