Bruno Fernandes: «A reviravolta da nossa época é o jogo com o Liverpool»

24 fev 2023, 16:58
Manchester United-Barcelona (Adam Vaughan/EPA)

Médio português recorda primeira vitória da época, em agosto, fala do processo com Erik ten Hag e diz que, visto «de fora», provavelmente «as pessoas nunca pensariam que o United estaria nesta posição nesta altura» depois das mudanças – incluindo de treinador – e dos primeiros resultados»

O futebolista português Bruno Fernandes crê que a «reviravolta» na época do Manchester United aconteceu quando a equipa conseguiu vencer o Liverpool, por 2-1, em Old Trafford, a 22 de agosto último, depois das duas primeiras derrotas, frente a Brighton (2-1 em casa) e Brentford (4-0 fora).

O United, que na quinta-feira venceu o Barcelona por 2-1 e se apurou para os oitavos de final da Liga Europa, disputa a final da Taça da Liga inglesa no domingo ante o Newcastle, está nos oitavos de final da Taça de Inglaterra e, na Premier League, é terceiro classificado com 49 pontos, a três do vizinho City e a cinco do líder Arsenal, que tem menos um jogo disputado.

«No primeiro jogo contra o Brighton, tivemos as primeiras oportunidades. Não marcámos. O Brighton foi lá uma vez, marcou e conseguíamos sentir os fantasmas do passado. Estávamos a jogar bem, mas de repente sofremos um golo do nada. O primeiro jogo foi muito duro. Penso que mais do que com o Brentford, porque com o Brentford, sabemos que cometemos alguns erros individuais, outros coletivos. O jogo com o Brighton, para mim, foi o que mais doeu. Mas eu vi isto, eu vi isto muitas vezes. Penso que a reviravolta da nossa época é o jogo com o Liverpool. A atmosfera estava agitada. O primeiro desarme do Licha [Lisandro Martínez] fez os adeptos entusiasmarem-se e deu para entender que toda a gente percebeu ali que tinha de ser o nosso momento. Tinha de ser a nossa reviravolta, o jogo para ganhar e mudar as coisas. E penso que a partir desse jogo fizemos uma grande sequência até ao City – obviamente tivemos esse mau resultado [ndr: derrota por 6-3 em outubro]. Mas depois disso foi inacreditável até ao Arsenal», referiu Bruno.

Depois da derrota contra o City, o United encetou uma sequência de nove jogos sem perder (sete vitórias e dois empates) e perdeu com o Aston Villa em novembro, por 3-1, derrota à qual se seguiram nove vitórias consecutivas e depois o empate ante o Crystal Palace, que antecedeu a derrota por 3-2 ante o Arsenal. Nesta altura, o United vai em nova sequência de nove jogos sem perder (sete vitórias e dois empates).

«Sabemos o quão difícil é a Premier League e perdemos jogos contra as duas equipas que estão à nossa frente. Vencemo-los e perdemos contra eles. Queríamos ganhar os dois, mas não foi possível», referiu Bruno, sentindo apoio dos adeptos, mesmo nas derrotas.

«Mesmo nos momentos mais difíceis, como quando fomos ao Emirates e perdemos contra o Arsenal, conseguimos sentir que os adeptos não estavam desapontados. Desapontados com o resultado, obviamente, mas orgulhosos do processo e com uma grande crença que o que estaria para vir seria muito bom para nós. Penso que é algo que está agora no clube, um melhor ambiente e atmosfera», salientou, falando do processo com o treinador Erik ten Hag, tal como já tinha referido em entrevista anterior, esta semana.

«Ele trouxe as ideias, a disciplina durante os treinos, durante a semana e durante os jogos. Obviamente, penso que a mudança mais importante são os resultados e a confiança é muito mais alta neste momento. Acreditamos que o processo pelo qual estamos a passar é o certo. Todos estão a seguir as ideias que o treinador trouxe para o clube e para a equipa. Obviamente que estamos numa grande série com grandes resultados. É fantástico estar nesta posição e obviamente, para todos, é muito mais fácil quando ganhas jogos. Penso que a falta de confiança na época passada foi visível em cada um. E agora conseguem ver que toda a gente está mesmo confiante, jogando ou mesmo não jogando. Os que entram, têm feito diferença para nós. Penso que a atmosfera é muito melhor por causa dos resultados», começou por dizer.

«Na pré-época, ele mostrou-nos o caminho que queria seguir, as regras, as ideias de futebol. Os primeiros dois resultados não foram os que queríamos, mas depois disso penso que foi uma grande evolução da equipa. Conseguimos aquela vitória fantástica contra o Liverpool, com uma grande atmosfera no estádio e apercebes-te da crença dos adeptos. Consegues sentir quanto os adeptos acreditam em ti, o quanto eles – mesmo durante os jogos em que é mais difícil marcar golos ou é mais difícil tentar ocasiões – acreditam sempre até ao último momento que conseguimos ganhar», concluiu, acreditando que muitas pessoas não esperariam o que o United fez até ao momento em 2022/23.

«Como eu disse, é um processo. São seis ou sete meses até agora e as coisas estão a acontecer rápido – penso que, de fora, provavelmente mais porque as pessoas nunca pensariam que o United estaria nesta posição nesta altura devido a todas as mudanças, devido ao novo treinador, devido aos resultados no início», analisou, projetando também a final de domingo com o Newcastle (16h30).

«Penso que toda a gente sabe que o Newcastle é, provavelmente, a maior surpresa da época. Não por causa das qualidades, porque a qualidade esteve sempre lá, mas porque na última época eles tiveram problemas em continuar na Premier League e esta época estão a sair-se realmente bem. É sempre difícil porque é uma final e o desejo e a paixão de vencer um troféu está sempre no máximo», antecipou.

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