Adepta de 15 anos ferida no Man. City-Liverpool: polícia investiga caso

28 dez 2022, 16:32
Nathan Aké e Mohamed Salah no Manchester City-Liverpool (Jon Super/AP)

Pai diz que a jovem está «marcada para a vida» depois de atingida por copo com cerveja e moedas. Polícia de Manchester, que abriu investigação na sexta-feira, dia após o jogo, apela ao público para obtenção de informações. Duelo ficou manchado por outros episódios com adeptos

A Polícia de Manchester (GMP) apelou publicamente, esta quarta-feira, à obtenção de «mais informações» para localizar o ou os responsáveis pelos ferimentos causados a uma jovem adepta de 15 anos durante o Manchester City-Liverpool da passada quinta-feira, a contar para a Taça da Liga inglesa, ganho pela equipa da casa (3-2).

Depois de ter anunciado na sexta-feira, dia seguinte, a «investigação a uma série de incidentes que ocorreram durante o jogo», em que «uma rapariga de 15 anos foi tratada a ferimentos na cabeça», a GMP deu uma nova atualização sobre o caso, pedindo ajuda e garantindo, através do superintendente Gareth Parking, que a polícia de Manchester «não tolerará comportamento violento ou malicioso em nenhuma situação», incluindo «jogos de futebol».

A rapariga em questão foi, detalha a GMP, «ferida por um copo cheio de moedas». «Acredita-se que o copo foi lançado dentro do estádio Etihad pelas 20h25, desde a bancada superior para a inferior do estádio, subsequentemente atingindo uma rapariga de 15 anos, causando um corte de uma polegada na cabeça».

«Atirar objetos numa área confinada por ser perigoso e causar sérias e, por vezes, consequências devastadoras. Continuamos a investigar este incidente e apelamos a todos os que assistiram ao jogo que, se souberem quem é o responsável ou se tiverem informação para ajudar-nos, que se apresente», refere ainda Gareth Parking.

Pai diz que filha está «marcada para a vida»

Esta quarta-feira, o Manchester Evening News divulgou imagens do copo que atingiu a adepta de 15 anos e o seu cachecol, nitidamente manchado com sangue, dando conta do testemunho do pai da vítima.

Àquele jornal, o pai – identidade não revelada – refere que a jovem adepta está «marcada para a vida» devido à lesão causada pelo lançamento do copo. O mesmo homem já tinha falado ao mesmo jornal após o jogo, na sexta-feira, referindo que a filha fora atingida por um copo «cheio de moedas» que lhe podia ter causado a morte. Além das moedas no interior, o copo, com cerveja, era de plástico duro e reutilizável e estava cheio de líquido.

Pai e filha faziam parte de um grupo de seis adeptos que estavam sentados no segundo anel da bancada South Stand, abaixo dos adeptos do Liverpool. O momento aconteceu na sequência do 1-1 no marcador para os visitantes, apontado pelo português Fábio Carvalho, em resposta ao golo inicial de Erling Haaland.

«Alguém levou copos de cerveja para as bancadas, depois encheu com moedas e atirou. Surgiu do nada. E o som que causou foi algo que eu nunca mais vou esquecer. Nunca experienciei nada assim na minha vida. Foi uma mistura de raiva e preocupação. Felizmente, a minha mulher foi brilhante», referiu o pai da adepta de 15 anos, ao Manchester Evening News, no dia após o jogo.

Man. City e Liverpool: «Incidentes totalmente inaceitáveis»

Na antevéspera do jogo, dia 20, os dois clubes tinham emitido um comunicado conjunto a apelar à calma – depois de vários episódios tensos em jogos passados – pedindo «total apoio para travar comportamentos» protagonizados por uma «minoria de adeptos».

Contudo, os incidentes sucederam em novo jogo entre os dois clubes e mereceram novo comunicado conjunto, desta feita de repúdio, na sexta-feira. «É extremamente desapontante o número de incidentes que aconteceu durante o jogo, totalmente inaceitáveis. Vão ser investigados em pleno, reportados à polícia e os indivíduos que forem dados como culpados vão ser sujeitos a castigos dos respetivos clubes», referiram City e Liverpool.

Jogo teve mais incidentes

Além da adepta de 15 anos ferida, «dois homens foram presos por suspeita de tentarem colocar pirotecnia no chão e um homem preso por ofensa à ordem pública, agravada por racismo», anunciara a GMP, no dia após o jogo. Houve ainda «um homem de 53 anos agredido após o jogo» fora do estádio, que foi «assistido no local e precisou de atendimento hospitalar».

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