Boca-River: as dez figuras a seguir no dérbi mais escaldante de sempre

8 nov 2018, 09:50
Boca Juniors-River Plate [Imagem Conmebol]

Num duelo com velhos conhecidos em Portugal, como Enzo Pérez ou Quintero, há talentos que podem decidir a final da Libertadores. O Maisfutebol identifica os cinco jogadores mais decisivos nos dois lados da barricada.

Buenos Aires, a Argentina e a América do Sul estão prestes a parar e voltar os olhos para a Final da Libertadores, que tem a primeira mão no próximo sábado.

Na capital do país das Pampas e do Tango já só se respira o grande dérbi e uma discussão sobre o jogo até já provocou um incêndio.

Frente a frente estarão as duas equipas mais icónicas da Argentina e daquele continente e que vivem numa constante rivalidade acérrima. Talvez inigualável por qualquer outro dérbi.

De um lado o Boca Juniors, seis vezes campeão da prova e que pode igualar o Independiente como máximo vencedor da Libertadores, e do outro o River Plate, que conquistou o Troféu por três vezes.

Apesar da dimensão destes dois clubes, nunca se enfrentaram na final da Libertadores o que torna o duelo ainda mais «picante». A primeira batalha está marcada para a Bombonera (10 nov.) e a segunda para o Monumental de Ñunez (28 nov.).

Para os mais distraídos fica a lista de cinco jogadores a seguir em cada uma das equipas, que apesar da experiência de jogadores como Enzo Pérez (ex-Benfica), Gago (ex-Real Madrid) ou Tévez (ex-Man United e Juventus) contam com muitos talentos como o de Quintero (ex-FC Porto).

RIVER PLATE

Pity Martinez: um dos maiores talento da formação milionária, que apenas precisa de mais regularidade. O extremo-esquerdo, de 25 anos, leva dois golos e duas assistências na prova e foi decisivo nas meias-finais, ao saltar do banco para assinar de grande penalidade a reviravolta sobre o Grémio, no Brasil, e fazer o River regressar a uma final da Libertadores. Com um pé esquerdo de grande qualidade, Pity Martinez é um jogador que desmonta defesas muitas vezes sozinho, com a capacidade que tem no drible e no um para um com os adversários. Remata com facilidade e é um dos melhores amigos dos avançados, já que os cruzamentos saem quase sempre com conta, peso e medida. No futebol de transição da equipa de Gallardo vive como «um peixe na água» e já esteve várias vezes à porta da Europa. O Sporting foi um dos clubes que já tentou.

Quintero: o médio, de 25 anos, que já passou pelo FC Porto, vive uma segunda vida e está novamente a chamar à atenção da Europa. Depois de uma passagem sem sucesso, Quintero voltou à América do Sul e depois de ter brilhado no Mundial 2018, transportou o estado de forma para o River Plate. É o principal organizador de jogo do River, quase sempre a sair do lado direito para zona central, e o homem do último passe. Quando joga chama a bola até si e o futebol do River flui muito melhor. Se estiver num «dia sim», a visão que tem e a leitura que faz do jogo são as suas principais armas. É também fortíssimo a rematar de pé esquerdo e um perigo nas bolas paradas. Está a tentar a última cartada para voltar à Europa.

Santos Borré: melhor marcador do River Plate na prova com três golos. Aos 23 anos, o colombiano procura também novo estado de graça, depois de ter sido contratado pelo Atl. Madrid em 2016, por ter brilhado no Deportivo Cali. Os colchoneros emprestaram-no ao Villarreal e lá marcou apenas quatro golos em trinta jogos. No final dessa época, o River comprou-o e já leva 13 golos em ano e meio. Santos Borré é um avançado móvel, que procura a largura do terreno, e que usa muito bem as diagonais para ficar em zona de finalização. Precisa de melhorar a eficácia, sobretudo a frieza no momento do remate. É um talento que precisa de ser lapidado para saltar para o próximo nível. Mas ainda vai a tempo.

Exequiel Palacios: 20 anos, mas joga como se andasse por estas andanças há anos. Estreou-se na equipa principal do River há três anos, com 17 de idade, e nestes últimos dois anos impôs-se como titular. É um médio box-to-box, com uma facilidade e qualidade de remate acima da média. Leva já seis golos pelo River. Mas não é aí que se destaca mais. Palacios é um passador exímio e normalmente o homem que começa a construção das jogadas dos milionários, embora já tenha assinado várias assistências para golo. Com uma resistência e energia com índices brutais, Gallardo usa-o como o homem que pressiona mais à frente do meio-campo, sendo responsável por muitas recuperações de bola e lançamento de contra-ataque. O facto de ter crescido como médio ofensivo deu-lhe essa inteligência e capacidade de definir, características às quais juntou o posicionamento e a capacidade de trabalho defensivo. Já é internacional argentino e, talvez, o médio com mais margem de progressão no país.  

Franco Armani: aos 32 anos, o guarda-redes vive um dos melhores momentos da carreira. Depois de ter participado no Mundial 2018, Armani foi decisivo no caminho até à final da Libertadores do River Plate. Quem viu a meia-final deve lembrar-se do momento em que Éverton (Grémio) se isolou e teve nos pés a possibilidade do 3-0 combinado na eliminatória. Armani agigantou-se e evitou, permitindo ao River manter-se na disputa da eliminatória e fazer a reviravolta. Tem somado um sem número de defesas determinantes e embora a idade talvez já não lhe permita patamares mais altos, Armani merece o reconhecimento de ser um dos melhores guarda-redes da América do Sul.

BOCA JUNIORS

Cristian Pavón: a maior figura e talento do Boca Juniors. O extremo-esquerdo é imprescindível para Guillermo Barros Schelotto e o maior desequilibrador que tem no plantel. Fortíssimo no um para um, Pavón joga na esquerda para poder fazer movimentos interiores e decidir de pé direito. Se lhe derem o mínimo espaço que seja, vai fazer muita mossa na defesa do River. Às vezes é um pouco egoísta por querer resolver sozinho, mas são mais as vezes em que decide bem do que erra. Derrubar a muralha dos milionários passará muito por Pavón. Marcou presença no Mundial 2018 embora não tenha conseguido mostrar o seu potencial. Se mantiver esta regularidade e qualidade no seu jogo, estará na Europa em breve.

Wilmar Barrios: o maior elogio que se pode fazer a este médio defensivo do Boca é ter sido associado ao Real Madrid nos últimos dias. O colombiano, de 25 anos, é o pêndulo do esquema de Guillermo Barros Schelotto, e uma força da natureza no que diz respeito à capacidade física. Rouba bolas com tremenda facilidade e, normalmente, entrega aos parceiros de meio-campo para definirem as jogadas. É o garante de segurança defensiva no Boca e um jogador indispensável para os xeneizes.

Nahitan Nández: um dos maiores talentos uruguaios. Aos 22 anos já leva 20 internacionalizações pela seleção albiceleste e no Boca tem conseguido mostrar a sua valia. Tanto pode jogar como médio-centro como médio-direito e Schelotto tem variado o posicionamento, embora com mais predominância pelo corredor central. Nández é um médio que rompe linhas com bola, forte no um para um e com boa chegada à área. Com uma técnica acima da média, Nández precisa de melhorar o posicionamento defensivo e ser mais regular. São vários os jogos em que passa despercebido. É novo e é, juntamente com Pavón, o jogador do Boca com mais futuro.

Dario Benedetto: é o goleador e a principal referência ofensiva dos xeneizes, mesmo tendo Tévez no plantel. Depois de uma lesão grave em novembro de 2017, que o obrigou a falhar o Mundial, o argentino, de 28 anos, voltou em agosto e aos poucos tem jogado mais minutos e procurado a melhor forma. E neste momento está em grande! Benedetto foi suplente nos dois jogos das meias-finais com o Palmeiras, mas marcou três dos quatros golos do Boca. Na Bombonera entrou aos 77’ e bisou (83’ e 88’). No Brasil entrou aos 62’ e aos 70’ fez o 2-2 final e carimbou o apuramento do Boca. Este é o cartão de visita do goleador, que é muito mais do que isso. Benedetto não gosta de estar «amarrado» à zona central e dá mais mobilidade ao ataque do Boca. Com uma envergadura invejável, Benedetto possui uma técnica muito boa e uma capacidade de jogar em espaços curtos incrível. Em termos de finalização pode dizer-se que marca de todo lado, mas há especificamente dois aspetos a ter em conta: a meia-distância e o jogo aéreo, algo que Wanchope Ábila, o habitual titular, não dá. Se Gallardo tiver o Boca bem estudado, e tem certamente, evitará ao máximo que Benedetto tenha espaço para receber de costas para a baliza e que rode como é habitual. É um perigo neste movimento! Ainda está a tempo de vir à Europa marcar uns golos.

Pablo Pérez: o capitão e patrão do meio-campo do Boca. Fernando Gago teve uma lesão grave em outubro de 2017, que também o impediu de jogar o Mundial, e, por isso, a batuta passou para Pablo Pérez. O experiente médio é o homem de passe e o principal definidor dos ataques dos xeneizes. Normalmente, Barrios rouba e Pérez constrói. Sempre de cabeça levantada, o médio é inteligente na construção e derruba linhas de pressão com o passe, quer longo quer curto. Os 33 anos não o impedem de fazer «contínuas piscinas». Devia controlar melhor as emoções em campo porque normalmente está metido nas quezílias todas. Mas nesta altura da carreira, já parece algo incorrigível.

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