Sacchi: «Ventura deveria ter lançado Insigne»

16 nov 2017, 11:08
Gian Piero Ventura ( Lusa )

Antigo treinador entre críticas e elogios a Gian Piero Ventura, ex-selecionador italiano

Arrigo Sacchi já tinha referido não ter ficado tão surpreendido quanto isso com a ausência da Itália do Mundial 2018. Em entrevista ao diário AS, o antigo treinador criticou as opções de Gian Piero Ventura na partida frene à Suécia e os dirigentes dos clubes italianos. Pelo meio afirmou que é difícil alterar o paradigma futebolístico italiano.

«O que falhou? Falharam muitas coisas. Para mim, Ventura devia ter lançado Insigne. Era o jogador em melhor forma e poderia ser determinante naquele momento. O sistema de jogo da equipa também não ajudou. Na realidade o seu sistema não é um 3x5x2, mas um 5x3x2. Em Itália não há nenhuma equipa que jogou com cinco defesas, nem o AC Milan que joga com três centrais. Essa defesa de cinco é um convite ao pessimismo. Ventura conhece todos os sistemas de jogo mas nenhum outro encaixaria nas suas ideias», começou por dizer.

Apesar das críticas tecidas num primeiro momento, o histórico técnico fez questão de realçar os aspetos positivos do trajeto de Ventura à frente da squadra azzura.

«Ventura fez coisas boas. Convocou muitos jogadores jovens, mostrou coragem. Esteve pressionado em busca de um estilo de jogo atrativo, como só os melhores conseguem fazer. Ventura sempre foi um treinador positivo. Simplesmente devia ter feito melhor uso dos jogadores que a Serie A lhe oferece. E o caso de Insigne é indiscutível», referiu.

As críticas da imprensa e dos adeptos transalpinos, incidiu sobretudo nos jogadores mais jovens. Arrigo Sacchi defendeu os futebolistas, considerou que o problema está na forma como os clubes italianos interpretam o jogo e elogiou Sarri,

«O problema foi não utilizar os jogadores nas posições em que normalmente jogam nos seus clubes. A forma de jogar também deveria ser parecida com aquela que se pratica nos clubes. A seleção é um reflexo da Serie A», destacou, antes de afirmar que é difícil alterar o paradigma do futebol italiano.

«O futebol mudou em Itália e em todo o mundo. Itália é um país antigo e, por isso, é difícil mudar o seu futebol. Estamos a tentar mudar essa mentalidade, procuramos jogar mais futebol, dar emoção aos adeptos, dota-los de outros valores. O Nápoles de Sarri, por exemplo. Joga muito bem. O ano passado ficaram em terceiro, o que é um desastre em Itália, porque aqui só se olha para a mentalidade do primeiro classificado. Pelo menos o Nápoles tem uma identidade, como a minha equipa do AC Milan. Cheguei ao AC Milan pela forma como coloquei equipas pequenas a jogarem.» 

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