Mundial de Clubes: Real Madrid-Borussia Dortmund, 3-2 (crónica)

5 jul, 23:20

García & García vivem o sonho americano, Courtois mantém-no vivo

E vão cinco vitórias consecutivas do Real Madrid frente ao Borussia Dortmund, sempre em jogos “a doer”, como também o foi o que valeu o bilhete para as meias-finais do Mundial de Clubes. Xabi Alonso repetiu o onze pelo terceiro jogo consecutivo e percebe-se o porquê: este Real está a jogar muito! E isso permitiu-lhe sobreviver a uma reta final de loucos, que quase virou do avesso um jogo até então totalmente controlado.

Em Madrid, continua a morar uma equipa recheada de estrelas, mas, até ver, a era Xabi Alonso traz uma identidade coletiva bem mais vincada. O «até ver» tem um peso relevante. Afinal, ainda falta encaixar o cabeça de cartaz da companhia, o Bota de Ouro Kylian Mbappé, que pode não vir com a mesma garra de um jovem a dar tudo por uma oportunidade como Gonzalo García, e ainda é uma incógnita o impacto que os habituais suplentes poderão ter na equipa, mas este Real ameaça tornar-se numa máquina trituradora de defesas.

Num MetLife Stadium pintado de branco, os Merengues foram avassaladores nos 20 minutos iniciais. Ainda que Julian Brandt tenha dado, de cabeça, um ténue aviso a abrir, o Real deu um “chocolate” a um adversário a certo ponto atordoado com o que lhe ia acontecendo.

Com Fran García «endiabrado» no flanco esquerdo, os espanhóis marcaram aos 10 e aos 20 minutos, primeiro por Gonzalo García, que fez o quarto golo no Mundial de Clubes a passe de Arda Guler, depois pelo próprio Fran García, assistido por Trent Alexander-Arnold.

Os alemães até acabaram a primeira parte com mais bola (58 por cento de posse), mas este 4-3-3 de Xabi Alonso é de um veneno capaz de deixar confuso o mais coordenado enxame. Não que o Borussia o tenha sido, longe disso, mas mesmo nos momentos mais lúcidos que viveu na primeira parte, teve de levar com os contra-ataques mordazes do Real, que viu Jude Bellingham e Vinícius Júnior ficarem perto do 3-0.

RECORDE O FILME DO JOGO

Não ser uma equipa dogmática tem, indubitavelmente, as suas vantagens. Este Real tanto sai a jogar apoiado, como direto. Joga de acordo com o jogo, e com um craque em potência como cérebro, o turco Arda Guler, que foi o farol da equipa na sua melhor fase.

Ao intervalo, Niko Kovac fez o que lhe competia, mexeu. E logo a triplicar. As entradas de Max Beier, Yan Couto e Felix Nmecha tiveram o seu impacto, ainda que do outro lado estivesse uma equipa segura, que por poucas vezes se deixou surpreender. E quando isso aconteceu, surgiu Courtois, que negou o golo a Max Beier com uma grande defesa, a meia hora do fim.

Na resposta, Tchouameni acertou na barra, num lance ainda assim invalidado por fora de jogo de Vinícius Júnior. O brasileiro saiu pouco depois, entrando para o seu lugar Mbappé, que se juntou a Gonzalo García no ataque. O Real passava a jogar com um losango no meio-campo e foi assim que recuperou o controlo do jogo. Ter Guler e Modric em campo ajuda, e muito, mas a ideia coletiva estava lá. E chegou para manter o Borussia dominado até ao tempo de compensação.

Aí viveu-se um jogo totalmente distinto. Já com o Real a atuar com uma linha de cinco defesas, Max Beier reduziu para 2-1, mas Mbappé, na resposta, puxou o Borussia novamente para terra com um golaço, que dedicou a Diogo Jota. Só que os alemães recusavam-se a deixar de sonhar. Um penálti de Huijsen, que lhe valeu o cartão vermelho, permitiu a Guirassy fazer o 3-2 e, no último lance, a eliminatória só não foi para prolongamento porque Courtois negou o golo de Sabitzer com uma defesa do outro mundo!

Para os Merengues segue-se uma “final antecipada” com o campeão europeu PSG, talvez a máquina mais bem oleada do futebol mundial. É já na quarta-feira, novamente no MetLife Stadium, em Nova Jérsia. Um jogo absolutamente imperdível.

FIGURA: Fran García (Real Madrid)

Com Álvaro Carreras em trânsito para Madrid, Fran García vai fazendo pela vida no Mundial de Clubes. Contra o Borussia Dortmund fez uma primeira parte de grande nível, coroada com um golo. Confirmou os dotes ofensivos que lhe são reconhecidos, mas também foi importante na defesa, como quando bloqueou um remate com selo de golo de Julian Brandt, ao minuto 36. Na bancada do MetLife Stadium, Roberto Carlos, que marcou uma era na posição no Real, terá gostado do que viu.

MOMENTO: Courtois evita o impensável (90+10m)

O Real Madrid deu uma lição de bem jogar durante 90 minutos, mas quase sucumbiu a um período de compensação de loucos. Entrou nele a vencer por 2-0, acabou-o a ganhar por 3-2. E só o terminou em vantagem porque Thibault Courtois fez a defesa da noite a um remate de Sabitzer. Absolutamente decisivo!

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