Morreu FW de Klerk, o último presidente da África do Sul segregada

11 nov 2021, 10:41

Libertou Nelson Mandela em 1990

Morreu esta quinta-feira Frederik Willem de Klerk, o último presidente da África do Sul segregada, que também foi responsável pela ordem de libertação de Nelson Mandela.

O antigo presidente sul-africano morreu aos 85 anos, ficando para a história como uma figura na transição para a democracia e para a abertura do país. Foi também o último branco a liderar os destinos do país.

Frederik Willem de Klerk morreu após doença prolongada, numa informação confirmada pelo porta-voz do antigo chefe de Estado, que assumiu a presidência da África do Sul entre setembro de 1989 e maio de 1994.

Após um ano no poder, em 1990 anunciou a libertação de Nelson Mandela, líder anti-Apartheid que acabaria por vencer as eleições seguintes, em 1994.

Foi Frederik de Klerk, que partilhou o Prémio Nobel da Paz com Nelson Mandela, que, num discurso proferido no parlamento da África do Sul no dia 2 de fevereiro de 1990, anunciou que aquele que viria a ser o primeiro presidente negro da África do Sul, Nelson Mandela, seria libertado da prisão após 27 anos de cativeiro.

O anúncio eletrizou na altura o país, que durante décadas tinha vinha ser desprezado e sancionado por grande parte da comunidade internacional pelo seu brutal sistema de discriminação racial conhecido como apartheid.

Com o aprofundamento do isolamento da África do Sul e a sua economia outrora sólida a deteriorar-se, de Klerk, que tinha sido eleito presidente apenas cinco meses antes, anunciou também no mesmo discurso o levantamento da proibição do Congresso Nacional Africano (ANC) e de outros grupos políticos anti-‘apartheid’.

Vários membros do parlamento abandonaram nesse dia a câmara enquanto o Presidente discursava.

Nove dias mais tarde, Mandela saiu em liberdade e quatro anos depois seria eleito o primeiro Presidente negro do país, em resultado dos negros terem pela primeira vez exercido o direito de voto.

Frederik De Klerk e Mandela receberam o Prémio Nobel da Paz em 1993 pela sua cooperação, muitas vezes intensa, no processo de afastamento da África do Sul do racismo institucionalizado e em direção à democracia.

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