Sindicato destacou exemplos como Vinicius Junior, Bruno Fernandes ou Enzo Fernández
Sindicato Internacional de Futebolistas Profissionais (FIFPro) mostra-se preocupado com os planos para a Liga dos Campeões e Mundial de clubes, dado o aumento do número de competições e de jogos estar a sobrecarregar muitos jogadores.
«Há um número sem precedentes de competições internacionais, torneios e jogos de seleções, que obrigam a muitas viagens», refere a FIFPro num relatório em que alerta para «os efeitos nocivos do congestionamento do calendário na saúde e bem-estar dos jogadores».
«A canibalização do calendário dos jogos coloca muito mais pressão mental e física nos jogadores de topo do que a que tinham os jogadores de gerações anteriores», lamentou o secretário-geral da FIFPro, Jonas Baer-Hoffmann.
Segundo dados da estrutura sindical, o brasileiro do Real Madrid Vinicius Júnior, de 22 anos, já jogou cerca de 19 000 minutos, o dobro do tempo que o seu compatriota Ronaldinho, atualmente com 43 anos, tinha jogado com a mesma idade. Aos 20 anos, o espanhol Pedri e o inglês Jude Bellingham têm 25% e 30%, respetivamente, mais tempo de jogo do que tinham Xavi e Wayne Rooney, com a mesma idade.
Os novos modelos competitivos da Liga dos Campeões, com 36 clubes, e do Mundial, com 48 seleções, que devem entrar em vigor na época 2024/2025, podem, segundo a FIFPro, levar um jogador a disputar até 89 jogos por temporada, mais 11 por cento do que atualmente.
O relatório denuncia também a descanso insuficiente entre partidas, dando como exemplo Bruno Fernandes, do Manchester United, que jogou 74 por cento dos jogos com menos de cinco dias de folga, 20 dos quais consecutivos. Segundo o relatório, o médio argentino Enzo Fernández, que em janeiro se transferiu do Benfica para o Chelsea, jogou 70 por cento dos jogos sem um descanso de cinco dias, e teve apenas nove dias de descanso entre a final do Mundial Qatar2022 e o regresso aos encarnados.