UEFA critica ameaças de greve: «Quem se queixa é quem ganha mais»

10 out, 18:10
Aleskander Ceferin (AP Photo/Peter Dejong)

Aleksander Ceferin diz não receber queixas de clubes mais pequenos

As Ligas Europeias e o sindicato mundial de futebolistas, a Fifpro, vão apresentar na próxima semana à Comissão Europeia, em Bruxelas, uma queixa legal contra o novo formato alargado do Campeonato do Mundo de Clubes, pela FIFA.

O presidente da Uefa, Aleksander Ceferin, aproveitou um discurso no âmbito de uma reunião da Associação Europeia de Clubes, em Atenas, para também responder a alguns futebolistas que têm reclamado um potencial greve, face ao elevado número de jogos. 

«Temos de reconhecer que o calendário de jogos atingiu a sua capacidade máxima», afirmou Ceferin, citado pela imprensa inglesa. «Os limites foram atingidos. Ao mesmo tempo, o impacto é muito diferente entre clubes e jogadores. Alguns estão sobrecarregados. Os outros têm capacidade disponível», completou.

No entanto, deixou uma crítica: «Tenho de acrescentar o seguinte - quem é que se está a queixar? Os que têm os salários mais altos e os clubes que têm 25 jogadores de topo. Os que têm salários mais baixos e apenas onze jogadores não se estão a queixar. Eles adoram jogar», argumenta Ceferin.

Verdade seja dita, o calendário tem apertado especialmente para os jogadores de alto nível, porque esses disputam competições internacionais de clubes e seleções, ao contrários dos clubes inferiores.

Já Nasser Al-Khelaifi, líder do PSG e da Associação Europeia de Clubes, disse na mesma ocasião ter recebido telefonemas de alguns clubes desiludidos com o limite de dois emblemas por país imposto pela FIFA. «Os jogadores e os clubes que se queixam não jogam», afirmou. «Recebo queixas sobre o facto de só participarem dois clubes de cada país. Alguns querem mais de dois. Por outro lado, estão a queixar-se. Não se pode ganhar tudo», disse.

«O calendário sempre foi um problema. Tem de ser resolvido com todas as partes interessadas reunidas de forma aberta e transparente, para ver o que é melhor para todos e não apenas para um grupo. Os clubes estão a financiar o ecossistema e os salários são cada vez mais altos. Se tivermos as mesmas competições e as mesmas receitas, isso é um problema», disse.

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