Covid-19: polícias feridos e dezenas de detidos no segundo dia de protestos em várias cidades europeias

Rafaela Laja , com Lusa
21 nov 2021, 12:53

Manifestações contra as novas restrições, que estão a ser tomadas por toda a Europa, continuaram noite dentro em várias cidades

As manifestações contra as medidas de restrição da pandemia de covid-19, que estão a ser tomadas por toda a Europa, continuaram noite dentro em várias cidades.

Nos Países Baixos, a noite de sábado para domingo foi de violência em várias províncias: pelo menos cinco polícias ficaram feridos e 40 pessoas foram detidas. As autoridades tiveram mesmo que usar canhões de água para dispersar os manifestantes.

Na Áustria, o cenário foi semelhante. Os protestos permaneceram violentos este domingo, com confrontos entre a polícia e os manifestantes. Dezenas de milhares de manifestantes, muitos membros de grupos de extrema-direita, marcharam em Viena, depois de o governo austríaco ter anunciado um confinamento nacional a partir de segunda-feira para conter as crescentes infeções. Os cidadãos arremessaram objetos contra as autoridades, que acabaram por dispersar a multidão com gás-lacrimogéneo.

Noite mais calma na Macedónia do Norte, onde os cidadãos fizeram uma marcha lenta até ao parlamento.

As manifestações também ocorreram no sábado na Suíça, Croácia, Itália e Irlanda do Norte, com as pessoas a protestar contra as restrições como a obrigação de certificado - atentando a vacinação, teste ou superação da doença - para entrar em restaurantes, mercados de Natal ou eventos desportivos, a vacinação obrigatória ou o encerramento de algumas atividades.

Na Suíça, 2.000 pessoas protestaram contra um referendo sobre a aprovação da lei que permite a imposição de restrições, alegando que é discriminatória, informou a emissora pública SRF.

Em Itália, 3.000 juntaram-se em torno do Circo Maximus, em Roma, para protestar contra a exigência do certificado que garante que se está vacinado ou livre da covid-19 para aceder aos locais de trabalho, restaurantes, cinemas, teatros, recintos desportivos e ginásios, bem como para viagens de longa distância de comboio, autocarro ou ‘ferry’.

Na Irlanda do Norte, várias centenas de pessoas que se opõem ao certificado covid-19 protestaram à porta da câmara municipal de Belfast.

O governo da Irlanda do Norte decidiu esta semana restringir horários e tornar o documento obrigatório para admissão em clubes noturnos, bares e restaurantes.

Na Croácia, milhares de pessoas reuniram-se na capital, Zagreb, carregando bandeiras croatas, símbolos nacionalistas e religiosos, juntamente com bandeiras contra a vacinação e o que descrevem como restrições às liberdades das pessoas.

Em França, o ministro do Interior, Gerald Darmanin, condenou os violentos protestos na ilha caribenha de Guadalupe, um dos territórios ultramarinos da França, onde 29 pessoas foram detidas pela polícia, quando protestavam contra a decisão de impor um recolher noturno – das 18.00 às 05:00 locais - a partir de terça-feira.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) manifestou este sábado grande preocupação com o aumento de casos de covid-19 na Europa e advertiu que cerca de 500 mil pessoas podem morrer até março de 2022 se não forem tomadas medidas urgentes.

A covid-19 provocou pelo menos 5.130.627 mortes em todo o mundo, entre mais de 255,49 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse, divulgado na sexta-feira.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.310 pessoas e foram contabilizados 1.119.784 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde deste sábado.

A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.

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