Ronaldo: «Os novos treinadores acham que encontraram a última coca-cola no deserto»

16 nov 2022, 21:31
Ralf Rangnick e Cristiano Ronaldo (Jon Super/AP)

Português fala de Ralf Rangnick, destaca Diogo Dalot, fala das gerações mais jovens e atira: «Sempre estive com os melhores treinadores: Zidane, Ancelotti, Mourinho, Fernando Santos, Allegri...»

O futebolista português Cristiano Ronaldo admitiu, em entrevista a Piers Morgan, que não concordou com políticas de Ralf Rangnick ao comando do Manchester United, afirmando que «nunca» o viu «como um treinador», ideia que já tinha deixado num excerto anteriormente lançado esta semana.

«Eu respeito, temos de chamá-lo de treinador, mas eu nunca o vi como um treinador, havia pontos em que eu não concordava e ele parou no tempo, também», afirmou.

Depois, questionado sobre Rangnick ter deixado a ideia, perante os jornalistas, quando estava no Manchester United, que Ronaldo não pressionava muito, o português foi retumbante na resposta.

«Não percebo. Os novos treinadores acham que encontraram a coca cola no deserto. Não entendo. O futebol está inventado há muitos anos. Mas respeito, cada treinador tem a sua mentalidade, mas chega a um certo ponto que não concordas. Sempre fui assim na minha vida», afirmou.

«Sempre estive com os melhores treinadores do mundo: Zidane, Ancelotti, Mourinho, Fernando Santos, Allegri… Tenho um pouco de experiência porque aprendo com eles. E quando vês um treinador que quer revolucionar o futebol, eu posso não concordar, mas faz parte do negócio. No final de contas, estou no clube para ganhar e quero ajudar com a minha experiência. Alguns treinadores não aceitam, faz parte do trabalho», rematou.

«Dalot vai ter longevidade no futebol»

Sobre os jogadores que mais admira pela força mental, Cristiano Ronaldo assumiu que era «difícil» de avaliar, mas deu um exemplo dentro do Manchester United e de um compatriota.

«É uma questão difícil, por exemplo se me disser o que vejo no Manchester United, menciono provavelmente Diogo Dalot. É um exemplo, é novo, mas muito profissional e não duvido que vai ter longevidade no futebol. É jovem, inteligente e muito profissional. Há mais, mas como ele é difícil. Provavelmente o [Lisandro] Martínez, o Casemiro está nos 30, mas diria Dalot», referiu.

«Jovens? Não querem saber. Alguns sim, a maioria não»

Ronaldo abordou ainda o facto de ter seguido exemplos de futebolistas quando chegou ao Manchester United, oriundo do Sporting, para falar do que vê agora dos mais jovens, sendo um dos mais velhos e experientes.

«Não quero dizer que eles não respeitam os jogadores mais velhos ou experientes. Mas eles vivem numa era diferente, eu vejo o meu filho de 12 anos: a mentalidade é diferente. A diferença? A fome. Têm as coisas mais facilmente, penso, tudo é mais fácil, não sofrem e penso que não querem saber», começou por dizer.

«Eu lembro-me quando tinha 18 ou 19 anos, via os melhores: Van Nistelrooy, Keane, Giggs, é por isso que eu tenho sucesso e longevidade, cuido do meu corpo, da minha cabeça, aprendi com eles. [Os jovens] não querem saber. Alguns sim, mas a maioria não, mas não me surpreende. Não vão ter carreiras de longevidade, na minha opinião. Por exemplo: na minha geração chegam aos 36, 37, 38 anos a alto nível. Penso que nesta geração vais contar pelos dedos das mãos quantos vão chegar a esse nível. Estes anos de preparação ajudam muito», frisou.

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