Botafogo vence final épica e Artur Jorge é campeão da Libertadores

30 nov 2024, 22:15

Vitória por 3-1 ante o Atlético Mineiro. Gregore foi expulso por falta aos 30 segundos, mas lição coletiva vale título inédito e histórico. VÍDEOS

Isto começou com um grande Galo para o Botafogo.

E acabou com um grande Fogão.

É tão incrível a forma como começou (expulsão para o Botafogo), como a forma como acabou: o golo do 3-1. E Artur Jorge é campeão da Libertadores!

Depois de Jorge Jesus e Abel, há mais um treinador português a conquistar a principal prova de clubes da América do Sul. Pela quarta vez nas últimas seis edições.

O Botafogo teve o pior início possível com a expulsão de Gregore por falta sobre Fausto Vera aos 30 segundos (!). Mas deu uma lição de estratégia, paciência e união - sobretudo na primeira parte, que terminou com 2-0 - e conquistou a Libertadores pela primeira vez. Na sua primeira final.

Da depressão ao delírio: Botafogo de Artur Jorge exorciza fantasmas na conquista da Libertadores

Portugal volta a ter dedo para a «Glória Eterna»: depois do Flamengo de Jesus e de Abel pelo Palmeiras, Artur Jorge pelo Botafogo. O «glorioso».

No Monumental, em Buenos Aires, a Libertadores voltou mesmo a ter mais uma final… monumental.

Uma expulsão madrugadora. Um Botafogo exímio a contrariar a ordem natural e previsível das coisas. Lágrimas de felicidade de um lado, de tristeza do outro. O Galo a reentrar no jogo com um golo madrugador na segunda parte. Sofrimento, luta… e um título que diz muito da capacidade de resistência do Botafogo contra a história recente.

Um ano depois de um título quase certo que lhe fugiu no Brasileirão, o Fogão conseguiu, em quatro dias, dar um grande passo para conquistar o campeonato, erguendo agora uma inédita Libertadores.

Depois da expulsão de Gregore (a falta é duríssima, com a bota na cabeça de Vera), o Botafogo adaptou-se mais e melhor à condição de inferioridade numérica, do que o Atlético Mineiro a ter mais um homem.

Mesmo com posse de bola entre os 75/80 por cento do Atlético, instalado no meio-campo ofensivo, a equipa de Artur Jorge raramente deu hipóteses ao Galo de furar até à área com perigo. Marlon Freitas instalou-se à frente dos centrais, Savarino, Thiago Almada e Luiz Henrique povoaram terrenos um pouco mais recuados. E o maior perigo veio (sempre de fora da área) por Hulk, que obrigou John a trabalhos duas vezes (9 e 11m).

Aos poucos, o Botafogo foi espreitando uma ou outra saída e, na jogada em que teve bola com mais continuidade, chegou ao 1-0: a progressão deu-se em torno de Savarino, Luiz Henrique cruzou atrasado para o remate de Marlon Freitas desviar em Júnior Alonso e levar a bola de volta a Luiz Henrique para o golo (35m).

Perante um Atlético perdido (foi para intervalo com dois centrais amarelados, Battaglia e Lyanco, além de Vera), nove minutos bastaram para o 2-0. Exemplo de desnorte foi o lance do penálti, com Luiz Henrique a incomodar Arana e a tocar na bola primeiro do que Éverson. O árbitro Facundo Tello foi ver as imagens e confirmou o castigo máximo, convertido por Alex Telles.

Para a segunda parte, Gabriel Milito operou três substituições e o efeito foi imediato: a canto de Hulk, Eduardo Vargas cabeceou para o 2-1 (47m). A pressão do Atlético Mineiro intensificou-se e a forma como conseguiu chegar à área foi bem melhor do que na primeira parte. O Botafogo mal incomodou Éverson e o cheiro a empate partiu quase sempre dos pés de Hulk, ora em cruzamentos, ora em remates.

Porém, emergiu a união de um Fogão que ficou em brasa desde cedo, mas que criou a chama de glória para um 30 de novembro de 2024 que, de Buenos Aires ao Nilton Santos, tem para este Botafogo qualquer coisa de Monumental.

Tão monumental como a forma como a forma como o Botafogo acabou uma final que começou com um cartão vermelho: no último lance do jogo, Júnior Santos, o melhor marcador da prova, fez o 3-1 para o fim do jogo e para o início das lágrimas de Artur Jorge. E talvez da página mais dourada da história do Botafogo.

Relacionados

Mais Lidas

IOL Footer MIN