Jogadores, atletas, ciclistas, pugilistas e lutadores pegaram em armas em nome da pátria
Várias personalidades do desporto ucraniano, algumas já retiradas, outras ainda no ativo, têm sido notícia nos últimos dias por largarem tudo para se juntarem de forma efetiva à defesa do país que está a ser atacado pela vizinha Rússia.
São já muitos os casos em que o patriotismo dos atletas se sobrepõe a uma carreira, em alguns casos com sucesso, no desporto. Juntamos aqui alguns dos nomes mais relevantes já conhecidos.
Yuriy Vernydub, treinador do Sheriff Tiraspol, juntou-se à defesa da cidade de Zaporizhzhia, sendo parte dos mais de 200 mil reservistas, entre os 18 e os 60 anos, mobilizados pelas Forças Armadas locais.
Oleg Luzhny, antigo defesa do Arsenal, de 53 anos, interrompeu um percurso como treinador com funções de adjunto e interino ao serviço do Dinamo Kiev e juntou-se à luta.
Viktor Kornienko, internacional ucraniano, de 23 anos, vinculado ao Shakhtar Donetsk, também juntou-se aos reservistas.
Vasyl Kravets, defesa dos espanhóis do Sporting Gijón, exprimiu o desejo de regressar ao seu país para ajudar a população, mesmo nunca tendo manuseado armas, numa altura em que os civis já estão autorizados a disparar contra os invasores russos.
Irmãos Klitschko que, de acordo com o jornal britânico The Times, são dois dos 23 nomes que Vladimir Putin quer eliminar cirurgicamente através dos mais de 400 mercenários da força especial Grupo Wagner. Antigo campeão mundial em pesos pesados, Vitali Klitschko, de 50 anos, tem liderado a autarquia de Kiev desde 2014 e revelou estar preparado para pegar em armas na defesa da Ucrânia, tal como Wladimir Klitschko, cinco anos mais novo e com idêntico currículo no boxe.
Vasiliy Lomachenko, antigo pugilista, de 34 anos, anterior bicampeão olímpico de peso pena em Pequim2008 e de peso leve em Londres2012.
Oleksandr Usyk, também pugilista, de 35 anos, atual campeão unificado de pesos pesados.
Yaroslav Amosov, de 28 anos, detentor do ceptro de pesos médios de artes marciais mistas (MMA),
Georgii Zantaraia, antigo judoca, de 34 anos, alistou-se em Kiev, depois de se ter despedido dos tatamis há dois anos, com três títulos europeus e um ceptro mundial na categoria de -60kg, por entre uma passagem ao serviço do Sporting, entre 2016 e 2018.
Sergiy Stakhovsky, de 36 anos, também entrou na guerra a partir de Kiev, praticamente dois meses depois de ter culminado, na primeira ronda de qualificação do Open da Austrália, a carreira de tenista, abrilhantada com quatro títulos no circuito ATP.
Vladyslav Heraskevych, praticante de skeleton, de 23 anos, que competiu entre 10 e 11 de fevereiro nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim2022, ficando reconhecido por ter exibido um cartaz com a frase «Não à guerra na Ucrânia».
Dmytro Pidruchnyi, de 30 anos, campeão mundial de perseguição em biatlo em 2019, está em Ternopil.
Dmytro Mazurchuk, ex-saltador de esqui e atual esquiador de combinado nórdico, de 23 anos, que também esteve na capital chinesa, também está a defender a cidade de Ternopil.
Svyatik Artemenko, que vivia desde os dois anos no Canadá, onde se tornou futebolista profissional, voltou ao seu país natal, a 29 de janeiro, para treinar à experiência no Podylla Khmelnytskyi, do escalão secundário, e assinar contrato na véspera da invasão russa, tendo acabado por se alistar em Odessa.
Pavel Shurmei, antigo remador bielorrusso, presente nos Jogos Olímpicos Atenas2004 e Pequim2008, anunciou que está ao lado da Ucrânia nesta luta diante da Rússia, apoiada pelo regime ditatorial de Alexander Lukashenko.
Atletas vítimas da guerra
Yevhen Malyshev: promessa do biatlo, que morreu no dia do seu 20.º aniversário, em Kharkiv, onde estava prestes a terminar o serviço militar que começara há dois anos, intercalado com provas.
Vitalii Sapylo: jogador de 20 anos, da equipa B do Karpaty Lviv.
Dmytro Martynenko: jogador de 25 anos do Hostomel
A estes nomes há ainda a juntar um dos treinadores das camadas jovens do Shakhtar Donetsk, cuja identidade não foi revelada.
