Aos 12 anos, a mãe prometeu-lhe 1.600 euros se ele ficasse afastado das redes sociais durante seis anos

CNN , Sara Smart
20 mar 2022, 19:30
Sivert Klefsaas ficou afastado das redes sociais durante seis anos depois de ter sido desafiado pela sua mãe em 2016

A história de uma mãe que desafiou o filho a não utilizar redes sociais durante seis anos que está a inspirar outros pais

Se alguém lhe dissesse que lhe pagavam 1.600 euros para se afastar das redes sociais durante seis anos, fá-lo-ia? Seria capaz?

Sivert Klefsaas conseguiu.

“Achei fantástico”, diz Sivert, à CNN. “Pensei: 'O que são mais 6 anos?’”

Em 2016, Lorna Goldstrand Klefsaas desafiou o seu filho Sivert de 12 anos a manter-se afastado das redes sociais até aos 18 anos. Se conseguisse completar o desafio, a mãe conceder-lhe-ia o dinheiro no seu décimo oitavo aniversário. A 19 de Fevereiro de 2022, Sivert recebeu o seu prémio.

Lorna inspirou-se num desafio que ouviu na rádio chamado “16 por 16”, em que uma mãe deu à sua filha 1.400 euros quando ela fez 16 anos, se ela ficasse longe das redes sociais, conta à CNN. No entanto, Lorna decidiu aumentar a aposta para mais dois anos e mais 200 euros.

Sivert diz que não foi muito difícil viver sem redes sociais, e não pensou muito sobre isso ao longo dos seis anos. Aos 12 anos de idade, Sivert não as utilizava muito de qualquer das formas. A única aplicação que tinha utilizado antes da aposta era o Snapchat, que apagou um dia depois de a experimentar.

“Não diria que houve alguma altura em que tivesse pensado que estava prestes a ceder”, diz, acrescentando: “Conforme o tempo passava, era mais uma questão de orgulho.”

Para facilitar, os seus amigos ficaram encarregues de o manter atualizado sobre as últimas notícias e tendências. “E pude ainda evitar todos os dramas desnecessários que se desenrolaram nestas plataformas”, comenta Sivert.

Lorna garante que nunca teve de verificar se alguma aplicação foi descarregada às escondidas. “Ele é tão competitivo, foi definitivamente mais para provar um ponto de vista”, atira.

Com esta aposta, em vez de passar horas a fio no telemóvel, Sivert tinha mais tempo para se concentrar na escola e no desporto, diz, em entrevista à filial KARE da CNN.

Lorna e Sivert, mãe e filho, fizeram a aposta em 2016

Agora 1.600 euros mais rico, Sivert admite que ainda não pensou em como vai gastar o dinheiro (quando tinha 12 anos, brincou que ia comprar uma casa), mas será provavelmente em algo para o seu dormitório na Universidade de Northwestern St. Paul, que frequentará no outono.

No entanto, o jovem já decidiu qual será a sua primeira aventura no mundo das redes sociais: descarregar o Instagram.

“Há definitivamente ainda muito para aprender. Eu vejo os meus amigos a entrar e a sair de uma aplicação para a outra e eu ainda não consigo fazer isso", conta.

Depois do sucesso de Sivert, Lorna partilhou ironicamente o desafio no Facebook, descrevendo-o como a melhor maneira de gastar dinheiro. Outros pais também pareceram interessados em experimentar este desafio com os seus filhos, diz à CNN.

“Nós não somos contra as redes sociais, mas há formas saudáveis de as utilizar. Trata-se de não nos deixarmos levar pelos seus efeitos negativos, ou ficarmos viciados, ou sentirmo-nos afetados pelas coisas que as pessoas publicam", defende.

Segundo Lorna, Sivert tem agora uma “perspectiva diferente” sobre as redes sociais do que quando tinha 12 anos de idade.

Sivert é o mais novo de quatro crianças, e, ao crescerem, as suas três irmãs mais velhas sempre utilizaram redes sociais. Lorna recorda que houve alturas em que sentiu que as suas filhas “ficaram demasiado imersas” nas suas aplicações e feeds.

“Estava afetar-lhes o comportamento, as suas amizades, e era uma espécie de depressivo”, diz. Quando uma das suas filhas tinha 16 anos, Lorna tirou-lhe o telemóvel por causa disso. Mais tarde, a filha agradeceu-lhe por o ter feito, pois melhorou o seu estado de espírito.

“Por alguma razão, crianças e adultos sentem-se mais confortáveis atrás de um ecrã”, diz Lorna, referindo-se aos tipos de comentários que as pessoas fazem online. “Estou tão feliz pelo Sivert não ter lido nada disso ao crescer”, acrescenta.

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