Redes sociais podem afetar saúde mental das raparigas mais cedo que a dos rapazes

29 mar 2022, 13:38
Redes sociais

Estudo da Universidade de Cambridge diz que a diminuição da satisfação com a vida está relacionada com o aumento do uso de redes sociais

As redes sociais podem afetar a saúde mental de raparigas e rapazes em idades diferentes, revela um estudo feito por psicólogos da Universidade de Cambridge, citado pelo jornal The Guardian.

De acordo com a investigação, as raparigas que passaram mais tempo nas redes sociais entre os 11 e os 13 anos mostraram-se menos satisfeitas com a sua vida um ano depois. O mesmo acontece com rapazes na faixa etária entre os 14 e os 15 anos.

“Descobrimos que existem certas idades, que diferem entre os sexos, em que as redes sociais prevêem mais substancialmente a satisfação com a vida”, afirmou Amy Orben, psicóloga e uma das autoras do estudo da Universidade de Cambridge.

Os investigadores, que realizaram o trabalho com o objetivo de identificar os perigos das redes sociais ao nível da saúde mental dos jovens, dizem ainda que não encontraram nenhuma ligação entre as redes sociais e o bem-estar noutras idades, exceto aos 19 anos, quando um maior uso é novamente seguido por uma queda de satisfação em ambos os sexos.

Segundo a organização Young Minds, o número de crianças entre os 5 e os 16 anos com problemas mentais aumentou 50% entre 2017 e 2021.

Para o estudo foram analisados dados de 84 mil pessoas do Reino Unido, com idades entre os 10 e os 80 anos. Os dados recolhidos permitiram analisar informação sobre a saúde mental e bem-estar das pessoas que utilizam, de forma informada, redes sociais como Facebook, Twitter, Instagram e WhatsApp.

Os investigadores encontraram ainda um efeito bidirecional: em idades específicas, o uso das redes sociais está diretamente relacionado com a queda da satisfação no ano seguinte, mas há também o oposto, ou seja, uma baixa satisfação com a vida leva a um maior uso das redes sociais no ano seguinte.

No entanto, as descobertas não podem ser usadas para prever os comportamentos dos indivíduos nas redes sociais nem, segundo os investigadores, provam que o uso das redes sociais prejudique o bem-estar das pessoas, mas abre "janelas de vulnerabilidade" em diferentes momentos para raparigas e rapazes.

Em conclusão, os investigadores dizem que os dados não podem ser vistos como concretos porque a relação entre o uso de redes sociais e a satisfação com esse uso muda ao longo do desenvolvimento dos jovens.

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