Médio espanhol falou sobre os tempos no Barcelona, a saída para o Japão e a longa carreira que teve no futebol
É oficial! Andrés Iniesta pendurou as chuteiras.
Esta terça-feira, dia 8 de outubro, número lendário que usou nas costas no Barcelona, Vissel Kobe e nos Emirados, o internacional espanhol organizou uma cerimónia para oficializar a despedida dos relvados.
Depois de mais de 20 anos ao alto nível, o marcador da final do Mundial 2010, lembrou os principais momentos na vasta carreira. Numa cerimónia com mais de 500 convidados, entre eles jogadores, antigos colegas, dirigentes e família, Iniesta abriu o coração.
«Queria agradecer a todos os que me estão a acompanhar e a todos aqueles que não puderam comparecer neste dia especial. Vão deixar-me emocionado hoje, nunca pensei», começou por dizer entre lágrimas, garantindo que «não são de tristeza».
Nascido e criado em Fuentealbilla, Iniesta via o caminho para Barcelona como a «viagem da minha vida». Entre agradecimentos à família, o (agora antigo) futebolista de 40 anos confessou que foi preciso muito «trabalho, sacrifício, humildade e esforço» nos tempos que esteve no Barça, mas foram, com total certeza, um «sonho»
«Também quero relembrar o melhor período do Barcelona. Divertimo-nos muito. Foi mágico como o vivemos. Todos desfrutávamos, não só no campo, mas também os adeptos. É um momento que simboliza tudo para mim. Poder estar no clube da minha vida e ter crescido em tudo. O Barcelona mudou a minha vida e foi tudo para mim», partilhou e destacou que o dia mais feliz na equipa catalã foi... a «estreia».
Relativamente ao futuro, depois de 16 épocas na equipa principal do Barcelona, seis no Vissel Kobe e uma no Emirados, Iniesta revelou que está a realizar o curso de treinador de futebol e referiu que «não consegue estar longe dos relvados», mesmo que seja fora das quatro linhas.
«Parece que não posso ficar muito tempo longe do futebol. Tem sido a minha vida, continuará a ser e, em certa forma, a construção do que será nos dias seguintes, foi feita passo a passo. Já estou a começar o curso de treinador e quero aprender o máximo nesta próxima etapa. Sou bastante teimoso nesse sentido, de modo a fazer um ótimo trabalho. Não vai ser atrás da bola, mas noutro lugar. Vão continuar a ouvir falar coisas de mim», disse.
«Perfil de treinador? Se eu for treinador, o perfil será o "perfil Iniesta"», brincou.
Entre várias perguntas dos jornalistas, Iniesta recusou-se a escolher «o golo favorito» entre a final do Mundial 2010, ao serviço da Espanha, e o golo em Stamford Bridge, aos 90+3 das «meias» da Liga dos Campeões, que permitiu ao Barcelona seguir para a final e vencer.
Por fim, o nove vezes campeão da La Liga, quatro vezes da Liga dos Campeões, uma vez campeão do Mundo e duas da Europa, constatou que a saída do Barcelona para o Japão foi «arriscada» e uma das «mais difíceis da vida».
«Em 2018 tomei uma das decisões mais difíceis da minha vida. Com algum risco, porque era deixar o Barcelona e ir para o Japão. Depois destes cinco anos, posso dizer que a experiência foi maravilhosa. Tive a oportunidade de construir algo com um clube humilde. Sinto-me muito orgulhoso. A nível familiar foi a melhor experiência que tivemos. Depois fui para o Emirados, pude jogar mais um ano, mas pensava “qual é o próximo passo”?», concluiu o médio espanhol.