Costa fez de comentador político na AR: o PSD tem o nome errado e a Iniciativa Liberal melhora a democracia

22 jun 2022, 18:47

Primeiro-ministro analisou o momento da direita portuguesa

O primeiro-ministro fez esta quarta-feira um grande elogio à Iniciativa Liberal ao mesmo tempo que aproveitou para deixar uma forte crítica ao PSD mas também ao Chega. Para António Costa, que esteve esta quarta no primeiro debate de política geral da nova legislatura, a Iniciativa Liberal é um partido que chegou para contribuir para a democracia, ao passo que os outros dois partidos de direita têm alguma indefinição.

"Finalmente o país dispõe de uma alternativa clara, que não se esconde nos seus nomes. Diz que é liberal e tem orgulho em ser liberal. É um contributo muito grande para a nossa democracia", afirmou.

Declarações que voltaram a ser relembradas vários minutos depois, pelo deputado liberal Rodrigo Saraiva, que afirmou que o Chega tinha ficado com "ciúmes" das declarações do chefe do Governo. O objetivo de António Costa, segundo o próprio, era mostrar que as visões diferentes enriquecem a democracia: "O PPD que era PPD quis inventar-se PSD. Mas não cabe lá", disse Costa. Que prosseguiu: "Há a esquerda à esquerda do PS, há a esquerda do PS e há uma direita que é liberal. E há uma direita que ainda não diz o que é e que há-de dizer um dia o que é. Depois há o PPD, que assim devia ser", disse ainda, referindo-se a Chega e PSD, respetivamente.

E o PPD, que é o PSD, para António Costa nunca deveria ter alterado o seu nome original. Na base está uma questão ideológica e que surgiu na sequência de um debate sobre as parcerias público-privadas (PPP) na Saúde. É que os sociais-democratas acusam o Governo de ter um preconceito ideológico mas a bancada socialista, na voz do deputado Eurico Brilhante Dias, deu um número para os projetos de PPP apresentados pelo PSD: "Zero". "A direita não ficará satisfeita enquanto não aproveita cada problema conjuntural para atacar estruturalmente o SNS", acrescentou o socialista.

António Costa prosseguiu as críticas aos sociais-democratas, que acusou de quererem destruir o Serviço Nacional de Saúde, um debate já antigo no hemiciclo: "Quando se discutiu a criação do SNS, foi contra. Quando esteve no Governo fez uma lei que descaracterizou o SNS, estabelecendo uma lógica concorrencial entre o público e o privado. Foi o Tribunal Constitucional que travou. Depois o PPD/PSD descapitalizou o SNS".

O primeiro-ministro dirigiu-se depois tanto a PSD como Chega, lembrando que André Ventura chegou a ser candidato dos sociais-democratas à Câmara de Loures, o que levou alguns deputados do PSD a gritarem "Sócrates", em alusão ao antigo primeiro-ministro.

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