Inflação espanhola recua para 3,3% em março, a maior queda mensal desde 1977

30 mar 2023, 11:47
Preços, dinheiro, euro, inflação, economia. Foto: Marijan Murat/picture alliance via Getty Images

O Índice de Preços no Consumidor espanhol caiu 2,7 pontos percentuais, a maior queda mensal desde 1977, sendo que desde agosto de 2021 que não se registava uma leitura tão baixa. A alimentar esta queda da inflação está o recuo nos preços energéticos

A inflação homóloga em Espanha recuou para 3,3% em março, o que se traduz numa queda de 2,7 pontos percentuais, segundo dados avançados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística espanhol (INE).

A inflação espanhola, ou a variação do Índice de Preços no Consumidor (IPC), registou assim a sua leitura mais baixa desde agosto de 2021. No entanto, a inflação subjacente, que exclui produtos os alimentares não transformados e energéticos, caiu apenas uma décima para 7,5%.

Esta queda do IPC acontece, pois, os dados deste mês comparam com março de 2022, o primeiro mês completo a ser afetado pela guerra na Ucrânia, um mês em que o custo da energia foi afetado pela incerteza quanto ao abastecimento energético por parte da Rússia. O INE espanhol aponta que nesse período deu-se uma subida dos preços da eletricidade e dos combustíveis sendo que, por oposição, estes preços seguem agora na direção oposta.

Neste último mês a energia em Espanha ficou mais barata devido a quedas no preço do petróleo, como reação ao medo de uma recessão provocada pela crise bancária e subsequentes restrições ao crédito, avança o El País. Por outro lado, temperaturas elevadas e um ambiente propício à energia eólica também estão a contribuir para um menor custo da eletricidade.

Nos últimos dois meses a inflação espanhola acelerou até chegar aos 6,1% em fevereiro, sendo que antes desta subida, o mesmo indicador estava a registar cinco meses consecutivos de queda. Apesar do recuo da inflação neste mês já ser esperada - na verdade, uma desaceleração, visto que os preços continuam a subir, embora a um ritmo menor -, a sua dimensão foi maior do que o esperado.

A inflação espanhola já não registava uma queda mensal tão expressiva desde maio de 1977, embora isto não signifique o fim das pressões inflacionárias já que, por outro lado, a diferença de 4,2 pontos percentuais face à inflação subjacente é a mais elevada desde agosto de 1986.

A ministra espanhola da Economia, Nadia Calvino, já admitiu no início do mês que espera uma inflação menor no total de 2023, em comparação ao valor do ano passado. No entanto, a ministra também alertou que haverá “muita volatilidade” mensal, citou a Reuters.

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