Fomos às compras para quatro pratos típicos: comparámos preços e poupámos no supermercado

25 mar 2023, 18:00
Bacalhau à Brás

Comparar preços dá trabalho. Mas pode permitir-lhe poupar no supermercado. O menu tipicamente português que criámos para este artigo pode ficar até quase dois euros mais barato se o comprar em três supermercados diferentes. Mas, se a comparação for produto a produto, a poupança praticamente duplica

O desafio: surpreender amigos estrangeiros com um menu tipicamente português. Uma sopa, um prato de carne, um prato de peixe e uma sobremesa. Após muita deliberação, eis os escolhidos: caldo verde, cozido à portuguesa, bacalhau à Brás e arroz doce. Com tanta comida, ignorámos o pão ou outras entradas. E a bebida? Há-de ser água da torneira, para facilitar as contas.

Mas, antes de enchermos o carrinho, como isto não está fácil para ninguém, fomos comparar preços. Não em um, mas em três supermercados diferentes. Para perceber se uma família pode pagar um valor assim tão diferente se optar por lojas distintas no bairro onde mora. Em Telheiras, na zona norte de Lisboa, visitámos então o Continente, o Pingo Doce e o Aldi.

Este menu tipicamente português poderá ficar até 1,86 euros mais caro conforme o supermercado onde se compra. No Continente custaria 38,50€, no Pingo Doce seriam 39,52€. O Aldi, com 37,66€ - curiosamente a rede de origem alemã, foi o mais barato.

Mas é possível ir ainda mais longe neste exercício de poupança. Já em casa, e com tempo para refletir sobre estes números, fizemos contas para perceber quanto, escolhendo os ingredientes mais baratos de cada loja, conseguiríamos poupar nos nossos pratos. A conta seria então de 35,74€, uma poupança de 3,87€ face às versões mais caras de cada prato com os ingredientes comprados sempre na mesma loja (39,61€).

Misturando os produtos mais baratos das diferentes lojas, o caldo verde ficaria a 3,52€, o cozido à portuguesa nos 11,60€, o bacalhau à Brás nos 12,44€, o arroz doce nos 2,93€ e os ingredientes de base nos 5,25€. Compare agora quanto lhe custaria cada prato se o comprasse unicamente num supermercado.

Como se fazem estas contas?

Pergunta (e bem) o leitor: como é que chegaram a estes preços? Primeiro, admitimos a limitação: fomos ao Google ver as receitas e a quantidade que seria necessária de cada ingrediente. O caldo verde alimenta seis pessoas, o cozido também, o bacalhau à Brás quatro e o arroz doce dá para oito doses individuais. Percebemos também que havia coisas básicas que não havia na nossa cozinha e que eram transversais aos nossos pratos. E, embora só fôssemos gastar um bocadinho de alho, azeite e sal para estas receitas, teríamos de comprar em quantidade. Já ficava precavido para a próxima.

Apesar de estarmos a falar de mercearias, as nossas contas não foram de merceeiro. Calculámos os preços dos vegetais, das carnes, do bacalhau, da batata palha, do arroz ou do açúcar com base no preço por quilo. Só mesmo o que precisávamos. Ou seja, a conta sairia mais cara, já que nem sempre se encontram nas lojas as quantidades exatas ou a granel que precisaríamos para libertar o nosso chefe interior. Na canela, nas azeitonas e na salsa, como cada um põe a gosto, compraríamos o formato tradicional à venda: frascos nos primeiros dois e um molho na erva aromática.

Os preços que servem aqui de referência foram consultados numa visita às três lojas de Telheiras na tarde de 23 de março. Não tivemos em conta valores promocionais, quando eles existiam. Então, vamos lá a contas. A verde estão os melhores preços em cada produto, que permitiriam chegar ao valor de poupança com a combinação da sua compra em diferentes lojas.

Caldo Verde

Cozido à Portuguesa

Bacalhau à Brás

Arroz Doce

Bases

Dicas de poupança

Depois das três visitas, percebemos que há produtos cujo preço é exatamente igual nos três supermercados: a cebola, a couve lombarda, o nabo, os ovos, o alho e o sal grosso. Noutros, como poderá confirmar nas listas acima, a diferença é mínima.

Outro detalhe que também é importante para esta listagem de preços: procurámos escolher sempre os produtos das marcas dos próprios retalhistas, porque são na esmagadora maioria das vezes os mais baratos. Só quando isso não era possível, é que selecionámos produtos de outras marcas, optando sempre pelos mais em conta.

Levámos para os três supermercados uma lista com aquilo que precisaríamos e apontámos todos os preços. Estas ações de comparar e apontar fazem parte de um conjunto de dicas que a associação de defesa do consumidor Deco tem dado ao longo dos últimos meses.

Estar atento aos preços, em especial no atual contexto de inflação, também implica muito tempo. Mas vamos esquecer, por uns segundos, que tempo é dinheiro. No Continente e no Pingo Doce demorámos cerca de uma hora e 15 minutos. No Aldi, que tem uma loja mais pequena do que as anteriores marcas, foram cerca de 45 minutos.

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