Um terço dos pais solteiros do Reino Unido está a saltar refeições por causa da crise

24 nov 2022, 12:40
Supermercado (Getty Images)

A taxa de inflação para os bens alimentares no Reino Unido atingiu em outubro o valor mais alto desde 1977 - 16,4%. O leite, a manteiga, o queijo, a massa e os ovos, por exemplo, são dos alimentos que registam os maiores aumentos no mercado britânico

Um terço dos pais solteiros no Reino Unido estão a saltar refeições por causa do aumento dos preços dos alimentos. A conclusão consta num estudo divulgado esta quinta-feira, realizado pela empresa “Which?” e divulgado pelo jornal The Guardian. O estudo indica ainda que, no caso dos casais com filhos, um em cada sete pais também não faz algumas refeições.

São dados preocupantes que mostram que o aumento do custo de vida no Reino Unido está a criar grandes dificuldades às famílias e que são as famílias monoparentais as mais afetadas. O estudo explica que os pais solteiros acabam por gastar uma grande parte do salário, cerca de 30%, em comida, energia e combustível, enquanto no caso dos casais esse esforço acaba por ser menor.

A taxa de inflação para os bens alimentares no Reino Unido atingiu em outubro o valor mais alto desde 1977 - 16,4%. O leite, a manteiga, o queijo, a massa e os ovos, por exemplo, são dos alimentos que registam os maiores aumentos no mercado britânico.

“A nossa investigação descobriu que, por todo o Reino Unido, as famílias estão a ter grandes dificuldades devido ao aumento do custo de vida, com os pais solteiros a saltarem muitas refeições ou a recorrem aos bancos alimentares”, afirma Rocio Conha, o responsável pelo estudo britânico, em declarações ao The Guardian.

Os autores deste estudo afirmam que é fundamental que toda a gente consiga comprar comida a preços acessíveis e que seja saudável.  

A investigação dá conta de outros números alarmantes: informa que um quinto dos pais solteiros e um em cada sete casais com filhos já falharam algum pagamento importante, como a prestação da casa ou a renda, em setembro e outubro.

Os analistas referem que há pouca esperança de que a inflação abrande a curto prazo e que, pelo contrário, até poderá agravar-se com a chegada do inverno. Numa altura em que falta precisamente um mês para o Natal, os especialistas avisam que a quadra será certamente um desafio para muitas famílias que perderam poder de compra.

"Toda a gente gosta de desfrutar do Natal, mas é improvável que nos próximos três ou seis meses haja uma descida da inflação. Vai ser um inverno duro, com a taxa de inflação dos bens alimentares a representar um fardo para muitas famílias", avisou Andy Clarke, o antigo administrador da cadeia de supermercados Asda, em declarações à rádio da BBC.

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