Técnicos de emergência denunciam atraso de um ano no reposicionamento salarial: "é incompreensível e indesculpável"

Agência Lusa , BCE
3 mar 2022, 11:20
INEM

O Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar diz que os principais motivos das elevadas taxas de abandono da carreira destes técnicos são precisamente as condições de trabalho e o fraco índice remuneratório

O Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) denunciou esta quinta-feira um atraso de um ano no reposicionamento salarial de cerca de 400 profissionais, que se traduz em menos cerca de 100 euros por mês.

"É incompreensível e indesculpável o atraso no reposicionamento salarial de que os TEPH têm sido alvo, conta já com mais de 14 meses e origina que o INEM retenha cerca de 40.000 euros por mês aos técnicos que deviam já ter sido reposicionados", disse à Lusa o presidente do STEPH, Rui Lázaro.

Este é um dos motivos que levou o sindicato a pedir, num ofício enviado ao Ministério da Saúde, a demissão das direções do Departamento de Gestão de Recursos Humanos e do Gabinete Jurídico do INEM.

No ofício, entre outras situações, o sindicato fala também de processos de injustificação de faltas a dirigentes sindicais (19 todos por concluir desde 2020), de violação dos direitos de parentalidade e proteção dos direitos parentais e de "procedimentos disciplinares a dirigentes sindicais, arrastados no tempo, sem qualquer fundamento, numa tentativa clara de condicionar a atividade sindical".

Sobre os reposicionamentos salariais, em declarações à agência Lusa, Rui Lázaro explicou que os principais motivos das elevadas taxas de abandono da carreira destes técnicos são precisamente as condições de trabalho e o "fraco índice remuneratório", sublinhando: "não obstante reconhecer isto o INEM não termina processo administrativo que permitiria a cerca de 400 técnicos passar para o índice remuneratório seguinte".

"Estamos a falar de uma diferença de cerca de 100 euros mensais, o que representa neste momento já cerca de 40 mil euros por mês a massa salarial que o INEM retém a todos estes técnicos", sublinhou Rui Lázaro, acrescentando que já foi pedido esclarecimento ao INEM sobre esta situação, mas "não há explicação alguma".

Diz que se trata "de um processo meramente administrativo que deveria estar concluído em fevereiro de 2021, mas que este departamento de recursos humanos, à semelhança do que fez no último biénio continua a protelar".

"As queixas já são antigas (...) já em junho, com uma reunião com o secretário de estado, elencamos uma seria de irregularidades e de atitudes persecutórias a diversos trabalhadores e o secretário de estado obrigou o conselho diretivo do INEM a terminar com estas ilegalidades. Pois volvidos quase oito meses continua tudo na mesma, ou pior".

A Lusa pediu ao INEM uma explicação sobre esta situação, mas até ao momento não obteve resposta.

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