Olhar o futuro: vem aí a CNN Portugal International Summit

25 de novembro

Hotel Ritz Four Seasons, Lisboa

Montenegro considera uma invenção achar-se que é obrigatório demitir quem tem responsabilidade política em algo grave (como no caso das mortes/INEM)

CNN Portugal , JAV
25 nov, 17:25

"Isso é um conceito novo, não existe", argumenta Luís Montenegro - que admite a continuidade da ministra da Saúde mesmo que seja responsabilizada politicamente no caso das mortes por alegados atrasos do INEM. Trata-se de declarações feitas na CNN Portugal Summit, em Lisboa. Ministério Público está a investigar as mortes por alegados atrasos na resposta do INEM

Se Luís Montenegro fosse o atual líder da oposição, como é que reagiria ao que aconteceu com a greve do INEM? A pergunta foi colocada ao primeiro-ministro na CNN Portugal International Summit, em Lisboa, e Luís Montenegro foi rápido a responder: “Diria que é preciso apurar-se responsabilidades, que o sistema de saúde não estava a corresponder às expectativas dos cidadãos e que é preciso apurar responsabilidades, eventualmente políticas.”

Face às suspeitas de ligações entre as mortes de 11 pessoas e a greve às horas extraordinárias no INEM que decorreu este mês, e pressionado sobre se vai tirar ilações políticas quando o inquérito atualmente em curso terminar, o chefe do Governo diz que, “se as houver, terão de ser assumidas”, garantindo que “não vamos escusar-nos dessa responsabilidade”, antes de contrapor:

“Eu tenho de assumir a responsabilidade sobre aquilo que fazem os meus ministros, mas assumir responsabilidades não significa demitir-se, esse é um conceito novo, não existe, não é porque se demite pessoas que a responsabilidade política é assumida e no dia seguinte está tudo bem, então o ministro seguinte vai-se demitir também porque a situação é igual?”.

Até porque o seu Governo herdou problemas do anterior, ainda que Montenegro tenha feito questão de garantir que, “se há coisa que este Governo não tem feito é estar a desculpar-se com o que aconteceu antes de chegarmos”.

“Na questão do INEM e do SNS, as coisas não são passíveis de alterações imediatas. Eu não consigo, numa estrutura de emergência na qual faltam pelo menos 800 pessoas, contratá-las no dia a seguir”, diz o primeiro-ministro. “Espero atingir as 800 dentro de um ano, também usar a inteligência artificial para o serviço ser mais rápido e falhar menos - e podemos fazer isso. Não estou a desculpar o que aconteceu, estou a ser realista e a dizer às pessoas a verdade das coisas.”

Com base o que já se sabe sobre a greve, nomeadamente o facto de o Governo ter recebido o pré-aviso de greve com 20 dias de antecedência e não ter convocado uma reunião para negociações, Montenegro diz que tem de ser “comedido” a “enunciar publicamente as coisas que correram mal”, mas destaca que, nesse pré-aviso, era referido que “não haveria nenhum problema em assegurar os serviços mínimos”.

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