Enfermeiros regressam ao CODU já na próxima semana após falhas no INEM

7 nov, 16:00
INEM

O bastonário da Ordem dos Enfermeiros felicita o regresso de profissionais “especializados” a este centro e desvaloriza as críticas por parte dos técnicos de emergência pré-hospitalar

Os enfermeiros vão regressar aos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) já na próxima semana, adiantou esta quinta-feira o bastonário da Ordem dos Enfermeiros à CNN Portugal. Estes centros são responsáveis pela medicalização do número europeu de emergência – 112.

“Em contacto com o senhor presidente do INEM, na próxima semana já teremos enfermeiros nestes centros”, diz Luís Filipe Barreira, adiantando que Sérgio Janeiro, que preside o INEM, lhe disse estar a “fazer os possíveis para [que tal aconteça] a partir de segunda-feira”.

O regresso dos enfermeiros aos CODU faz parte das medidas a curto prazo do plano de contingência do INEM apresentado esta semana e que nasce à boleia dos constrangimentos causados pela greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar.

O bastonário diz que “faz todo o sentido a integração destes enfermeiros” e antecipa “um atendimento mais eficaz”. Segundo Luís Filipe Barreira, estão registados na Ordem dos Enfermeiros “450 enfermeiros” com competência em emergência pré-hospitalar, uma especialização criada em 2018, e que são “perto de 5.000 mil no país” os que têm especialidade em área da pessoa em situação crítica, todos eles aptos para o cargo, apesar de o próprio INEM não ter sido claro sobre quais as funções que estão em causa.

Em reação às medidas apresentadas pelo INEM, Rui Lázaro, presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH), já tinha dito à Lusa que o regresso dos enfermeiros parece uma medida “de todo excessiva” e que é “estranho que o Governo não tenha verba para valorizar os salários dos profissionais que é de 920 euros, mas tenha verba para colocar lá profissionais a ganhar 1.600 euros”, referiu.

Quanto a estas críticas, o enfermeiro Luís Filipe Barreira diz que “não é sequer possível fazer esta comparação”, uma vez que “estes técnicos de emergência não tem formação de nível superior”, além de que, sublinha, os enfermeiros “estão habituados a trabalhar em equipas multidisciplinares” e que se há “pessoas mais diferenciadas e com mais competências [enfermeiros], haverá com certeza uma eficácia maior ao nível deste atendimento”.

A greve dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar às horas extraordinárias levou à paragem de dezenas de meios de socorro no país, agravando-se os atrasos no atendimento da linha 112. A morte de três pessoas por atraso ou falta de atendimento (uma em Castelo de Vide, outra em Almada e uma terceira em Vila Nova de Cacela) aumentou o tom da discussão - até por parte de Marcelo Rebelo de Sousa e de Luís Montenegro - sobre as condições destes profissionais e do próprio INEM, a operar em défice de recursos.

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