Associação alerta que é preciso reduzir tempo de resposta de socorro no terreno. “Estamos longe da realidade” de outros países

Agência Lusa , DCT
21 nov, 13:46
Luis Canaria, presidente da Associação Nacional dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (ANTEPH)

Luís Canaria defendeu ainda a necessidade de coragem para definir uma Estratégia Nacional de Socorro e Emergência, que defina tempos de atendimento, formação, mapa de meios, por exemplo, que seja depois acompanhada por um grupo técnico

A Associação Nacional Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (ANTEPH) alertou esta quinta-feira para a necessidade de reduzir o tempo de resposta de socorro no terreno, lembrando que em ambiente de cidade deveria ser, no máximo, oito minutos e em ambiente rural 15.

Ouvido na comissão parlamentar de saúde, o presidente da ANTEPH, Luís Canaria, aludiu ao relatório de atividades do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) divulgado em setembro, que indicava que, no ano passado, cerca de 19.000 doentes em risco de vida não tiveram o socorro necessário, para lembrar que “não basta reduzir os tempos de atendimento das chamadas”.

“Os tempos de chamadas foram regularizados. E os outros tempos? Quanto tempo demorou a ambulância a ser acionada? E a viatura médica a sair? E o meio a chegar? E quanto tempo esteve no local? E quanto demorou até ao hospital?”, questionou.

Questionado pelos deputados, disse que, em ambiente de cidade, o tempo de resposta deveria ser oito minutos e em ambiente rural 15 minutos.

E lembrou que há projetos, no estrangeiro, de cidades em que o socorro ao cidadão deve ocorrer em quatro minutos.

“Estamos longe desta realidade”, lamentou.

O responsável da ANTEPH defendeu que a formação deve sair do INEM, considerando que o instituto tem “uma capacidade muito limitada” e defendeu a evolução progressiva da formação dos atuais técnicos para no futuro se tornarem paramédicos.

“O que defendemos é que a profissionalização tem de abranger os modelos e técnicos que já existem, com os tais 30.000 Tripulantes de Ambulância de Socorro (TAS)”, afirmou, lamentando que a formação de TAS tenha sido “a única em que o número de horas baixou”.

Luís Canaria defendeu ainda a necessidade de coragem para definir uma Estratégia Nacional de Socorro e Emergência, que defina tempos de atendimento, formação, mapa de meios, por exemplo, que seja depois acompanhada por um grupo técnico.

Defendeu ainda a criação da profissão – de técnicos de emergência médica -, lembrando que existe já uma petição nesse sentido.

Já sobre a resposta no terreno, lembrou que os Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar cobrem apenas 10% dos casos, cabendo os restantes 90% aos parceiros (bombeiros e Cruz Vermelha).

“Quando for possível reforçar com mais 200 TEPH, o INEM fica robustecido para garantir no terreno os 10% sem recurso a horas extra”, afirmou.

Relacionados

País

Mais País

Mais Lidas

Patrocinados