Em resposta às alegações indianas de que o ataque visou infraestruturas terroristas, o ministro da Defesa do Paquistão, Khawaja Asif, afirmou que todos os alvos dos ataques eram civis e que a Índia lançou os ataques a partir do seu espaço aéreo.
Múltiplas explosões violentas foram ouvidas no Paquistão, mais concretamente nas localidades de Bahawalpur, na região do Punjab, e Kotli e Muzaffarabad, na região disputada de Caxemira.
A informação foi confirmada pelas Forças Armadas Paquistanesas, através do porta-voz Ahmad Sharif, que afirmou que a Índia atacou estas localidades com mísseis.
“O Paquistão responderá aos ataques indianos no momento e no local que escolhermos. Estes ataques não ficarão sem resposta”, disse o porta-voz.
Num balanço provisório de vítimas, as Forças Armadas do Paquistão divulgaram que pelo menos três pessoas morreram e outras doze ficaram feridas devido aos ataques. A mesma fonte afirma que os bombardeamentos atingiram cinco locais, incluindo duas mesquitas.
De acordo com o canal televisivo CNN NEWS-18, o ataque indiano resultou na morte de 12 "terroristas" e 55 feridos.
Citada pela Reuters, a Pakistan International Airlines anunciou que, devido aos ataques, todos os voos que têm como destino o Paquistão estão a ser divergidos para Karachi.
Índia lança "Operação Sindoor"
Em comunicado citado pelos meios de comunicação indianos, as Forças Armadas da Índia anunciaram o início da "Operação Sindoor", que tem como objetivo atingir "infraestruturas terroristas" no Paquistão e nos territórios de Caxemira controlados por Islamabad.
A Índia afirma que atacou nove locais.
“As nossas ações têm sido orientadas, ponderadas e não propícias à escalada. Não foram visadas quaisquer instalações militares paquistanesas. A Índia demonstrou uma considerável contenção na seleção dos alvos e no método de execução", pode ler-se no comunicado.
No X, as Forças Armadas da Índia assinalaram o sucesso da operação. "A justiça foi servida", escreveu a instituição.
Justice is Served.
Jai Hind! pic.twitter.com/Aruatj6OfA
— ADG PI - INDIAN ARMY (@adgpi) May 6, 2025
Poucos minutos antes das primeiras informações dos ataques surgirem nas redes sociais e nos meios de comunicação social, as Forças Armadas da Índia, também no X, pareceram anunciar a realização dos mesmos com uma publicação com a frase "pronto para atacar, treinado para ganhar".
"प्रहाराय सन्निहिताः, जयाय प्रशिक्षिताः"
Ready to Strike, Trained to Win.#IndianArmy pic.twitter.com/M9CA9dv1Xx
— ADG PI - INDIAN ARMY (@adgpi) May 6, 2025
Em resposta às alegações indianas de que o ataque visou infraestruturas terroristas, o ministro da Defesa do Paquistão, Khawaja Asif, afirmou que todos os alvos dos ataques eram civis e que a Índia lançou os ataques a partir do seu espaço aéreo.
"A alegação da índia de que está a atacar campos de terroristas é falsa", disse Asif, citado pela Reuters.
Mais tarde, o próprio Asif afirmou à Reuters que o Paquistão tinha abatido dois caças e um drone indianos. Esta informação carece de confirmação por fontes independentes.
Índia acusa Paquistão de violar cessar-fogo
Já após os ataques e a resposta oficial do Paquistão, as Forças Armadas da Índia acusaram Islamabad de violar o cessar-fogo vigente ao realizar disparos de artilharia contra Bhimber Gali, uma aldeia controlada na região de Caxemira controlada pela Índia. "O exército indiano está a responder adequadamente e de forma calibrada", pode ler-se na publicação.
Pakistan again violates the Ceasefire Agreement by firing Artillery in Bhimber Gali in Poonch- Rajauri area.#IndianArmy is responding appropriately in a caliberated manner. pic.twitter.com/Bo7Cf8ISzn
— ADG PI - INDIAN ARMY (@adgpi) May 6, 2025
As tensões entre Índia e Paquistão subiram após o ataque terrorista do dia 22 de abril, quando pelo menos três homens armados abriram fogo contra turistas na cidade de Pahalgam, no sopé dos Himalaias, matando 25 indianos e um nepalês, segundo a polícia indiana.
O ataque, que a Índia atribui a islamitas apoiados pelo Paquistão, é o mais mortífero contra civis desde 2000 naquele território indiano de maioria muçulmana.
Em reação aos ataques, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, admite que está muito preocupado com as operações militares nesta região do globo. Guterres pede tanto a Índia como o Paquistão tenham contenção máxima nas ações militares que estão a decorrer.
Já presidente dos EUA, Donald Trump, diz esperar um fim "muito rápido" dos ataques entre Índia e Paquistão, duas potências nucleares do sudeste asiático.
"Eles lutam há muitas décadas... séculos, na verdade, se pensarmos bem. Só espero que isto pare muito rapidamente", refere o líder norte-americano.