Indi Gregory morreu durante a madrugada de segunda-feira depois de lhe ter sido retirado o suporte de vida
Morreu esta segunda-feira a bebé britânica de oito meses, Indi Gregory, que sofria de uma Síndrome de Depleção Mitocondrial, uma doença incurável e degenerativa, depois de desligado o suporte de vida. Para que a filha permanecesse ligada às máquinas, os pais deram início a uma batalha legal contra o serviço de saúde britânico (NHS) - chegando mesmo a pedir que a criança fosse transferida para um hospital pediátrico no Vaticano - mas, no mês passado, os tribunais ingleses viriam a decidir contra eles.
De acordo com a Reuters, os médicos garantiam que Indi sofria de dores lancinantes e que não fazia sentido continuar com o tratamento.
Assim, na sexta-feira, os tribunais decidiram que o suporte de vida deveria ser retirado, fazendo com que a bebé fosse transferida do hospital em Nottingham, no centro de Inglaterra, para um centro de cuidados paliativos, onde viria a morrer à 1:45 de segunda-feira.
Em comunicado, divulgado pela instituição de caridade Christian Concern, os pais de Indi afirmam estar "zangados, de coração partido e envergonhados".
"O serviço nacional de saúde e os tribunais não só lhe retiraram a oportunidade de viver mais tempo, como também lhe retiraram a dignidade de morrer na casa da família, que era o seu lugar", escreve o pai de Indi, Dean Gregory.
A morte da bebé acontece uma semana depois de o governo italiano lhe ter concedido a cidadania, numa tentativa de impedir que lhe fosse retirado o suporte de vida e conseguir que fosse transferida para Itália.
"Fizemos tudo o que podíamos, tudo o que era possível. Infelizmente, não foi suficiente", escreveu a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni no X.
Abbiamo fatto tutto quello che potevamo, tutto il possibile. Purtroppo non è bastato.
— Giorgia Meloni (@GiorgiaMeloni) November 13, 2023
Buon viaggio piccola Indi. pic.twitter.com/io7scfTf3O
O caso de Indi é semelhante ao de Charlie Gard, o bebé que morreu em 2017 depois de pais e hospital terem travado uma batalha legal para programar a morte do menino de onze meses que nasceu com o Síndrome de Depleção Mitocondrial, uma doença rara que lhe provocou danos cerebrais irreversíveis.