Cinco dias e sete mil hectares queimados: o balanço de um fogo que ameaça habitações

10 ago 2022, 21:19

Na Serra da Estrela, o fogo localiza-se numa zona de difícil acesso e está a ser combatido, maioritariamente, por meios aéreos.

Lavra há cinco dias, desde a madrugada de sábado, e são mais de mil os operacionais que combatem o incêndio na Serra da Estrela, que já fez arder cerca de sete mil hectares. O incêndio deflagrou na localidade de Garrocho (Covilhã) e estendeu-se a Manteigas, tendo já passado para os concelhos da Guarda e Gouveia (distrito da Guarda) e a situação “mantém-se complicada e difícil”.

Em Manteigas, uma das zonas que causa mais preocupação, o fogo tem-se multiplicado, tendo um total de três as frentes ativas. Durante a tarde, não houve sinais de melhoria e a grande preocupação é a aproximação do fogo às habitações.

Isto porque o incêndio localiza-se numa zona de difícil acesso, podendo apenas ser combatido por meios aéreos, que desmobilizam às oito da noite. Quanto aos bombeiros, resta-lhes esperar que o fogo chegue a locais onde seja possível combatê-lo por meios terrestres.

De acordo com o comandante Operacional Regional de Lisboa e Vale do Tejo, que falava durante uma conferência de imprensa, realizada na Junta de Freguesia de Valhelhas (Guarda) “a situação do incêndio mantém-se complicada e difícil. Neste momento, o incêndio desenvolve-se em quatro municípios, sendo que a Covilhã é o mais sossegado. Está em consolidação e rescaldo. Manteigas, Guarda e Gouveia são os que preocupam mais neste momento”, sublinhou Elísio Oliveira, referindo que existe uma extensa frente em direção a Folgosinho e que esta obriga ao reposicionamento dos meios para mais uma noite “de intenso trabalho”.

Durante o período da tarde, o incêndio obrigou à “evacuação de um parque campismo no concelho Manteigas”, numa atitude que o comandante operacional de Lisboa e Vale do Tejo, considera de proatividade do município, “garantindo a segurança das pessoas”.

Na conferência de imprensa, o comandante disse que estiveram no combate os meios aéreos disponíveis.

“Gostaríamos de ter muito mais. Os Canadair estiveram inoperacionais durante todo o dia”, salientou.

Para as próximas horas e noite, o trabalho será desenvolvido desde Manteigas e Vale da Amoreira em direção a Folgosinho. Os esforços vão ser concentrados durante toda a noite, não esquecendo os flancos. O objetivo é tentar evitar que, por qualquer motivo, aquilo que é o flanco se torne numa frente de fogo”, concluiu.

Para já, o perímetro do fogo atingiu cerca de 25 quilómetros.

Em alguns locais, como o Vale de Amoreira, não há rede de telemóvel, internet e televisão.

É um combate de noite e dia, que segundo os moradores “é uma catástrofe”. "Parece o fim do mundo. Tenho as malas prontas”, conta à CNN Portugal uma moradora.

Ainda não há registo de feridos.

 

Notícia atualizada às 21:19.

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