Populares juntam-se no combate às chamas em Vila Pouca de Aguiar

Agência Lusa , CF
28 jul 2022, 21:47
Incêndio em Vila Pouca de Aguiar (PEDRO SARMENTO COSTA/LUSA)

Relatos de quem ajuda a combater o incêndio, que deflagrou há mais de 24 horas e continua ativo

Emigrantes de férias e moradores da aldeia de Reboredo uniram-se e muniram-se de giestas, sachos ou foices para ajudar a combater o incêndio que desde quarta-feira lavra em Vila Pouca de Aguiar.

O emigrante Hermínio Alves chegou a Reboredo na semana passada e este é já o segundo fogo que ajuda a combater neste concelho do distrito de Vila Real, relatando, por isso, “dias difíceis”.

“No incêndio do outro lado andei toda a noite. Éramos 12 pessoas daqui da aldeia a combatermos o fogo sozinhos e, agora, vem o segundo para limpar o resto que ficou”, afirmou à agência Lusa o emigrante que na mão carrega “um batedor” feito por si e que “já está todo queimado”.

O incêndio “do outro lado” foi o de Murça, que deflagrou no dia 17 de julho, e depois se alastrou aos concelhos vizinhos de Vila Pouca de Aguiar e de Valpaços. Na quarta-feira, um outro fogo teve início em zona pinhal de Filhagosa e Revel, avançando, esta quinta-feira, para Reboredo.

Hermínio Alves estava no quintal de uma casa de um vizinho, a última do fundo da aldeia. Ao lado há mato e floresta. “Defendemos onde arde e onde podemos ser úteis”, frisou.

O fogo, contou, aproximou-se do fundo da aldeia, mas também do cimo. Os bombeiros estão também posicionados na aldeia para impedir a entrada das chamas.

“Estamos todos a fazer o possível para que o fogo não venha para as casas”, frisou Hermínio Alves.

Domingos Gregório está também ali posicionando para ajudar a combater as chamas e traz na mão uma foice para cortar o mato. “A sorte desta aldeia é estar muito emigrante aqui, se não estava desgraçada. As pessoas juntam-se aqui para ajudar”, frisou.

Domingos Gregório disse estar assustado. “Não conseguimos dormir. Tenho 58 anos e nunca vi uma coisa destas”, contou, referindo que já contabiliza prejuízos com este incêndio, como castanheiros e pinheiros.

Também um outro emigrante que não quis dizer o nome disse “nunca” ter visto um fogo tão forte como este. Chegou no sábado e as férias estão, para já, a ser passadas no combate ao fogo.

“A gente pensa que vem para correr as festas e é para isto”, frisou, explicando que tem uma giesta para apagar as chamas. “Já a usei ali à roda de uma casa”, referiu.

Segundo o ‘site’ da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), o fogo que teve origem na zona de Revel mobilizava, pelas 20:00, 466 operacionais, 144 viaturas e seis meios aéreos.

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