Família afroamericana troca decoração da casa com vizinho branco e consegue mais 80 mil euros na avaliação

16 abr 2023, 16:06
Família Parker (fonte CNN)

Nos Estados Unidos, dados recentes mostram que os imóveis pertencentes a famílias afroamericanas são muitas vezes subvalorizados em comparação com as propriedades pertencentes a caucasianos

O caso ocorreu nos Estados Unidos, mais precisamente no Estado do Ohio, na cidade de Loveland, onde Erica e Aaron Parker viviam com os dois filhos. A família queria mudar de casa e, para tal, tinha de vender o seu imóvel. A primeira avaliação, em 2020, acabou por ser inesperada, como contaram à CNN.

Tendo em conta os preços praticados naquela área, a habitação deveria ter sido avaliada em cerca de 470 mil euros, o valor médio do mercado e tendo em conta que tinha sido renovada recentemente. Contudo, na primeira tentativa, o preço ficou mais de 50 mil euros aquém das expectativas do casal.

Inconformados e sem uma justificação plausível, Aaron e Erica testaram uma nova abordagem, alavancada pela suspeita de que poderiam estar a ser discriminados por serem afroamericanos.

O casal alterou então a decoração da casa, retirando, sobretudo, tudo o que pudesse indicar a sua cor de pele: desde quadros a mobília, sem esquecer fotografias. No lugar dos itens retirados, colocaram objetos pertencentes a um dos vizinhos de origem caucasiana.

Na segunda avaliação, os Parkers decidiram também não estar presentes, sendo o vizinho a receber o avaliador. O resultado acabou por ficar quase 83 mil euros acima da primeira avaliação, ou seja, acima inclusive do preço de mercado.

"Fomos realmente discriminados”

À CNN, Erica Parker explicou que foi “uma sensação estranha” perceber que tinham razão. Por um lado, a confirmação de que tinham razão nas suspeitas, mas, por outro, ficaram a pensar: “Oh meu Deus, fomos realmente discriminados”, conta a ex-proprietária.

Todavia, esta história está longe de ser caso único. Nos Estados Unidos, dados recentes mostram que os imóveis pertencentes a famílias afroamericanas são muitas vezes subvalorizados em comparação com as propriedades pertencentes a caucasianos.

O relatório intitulado "A Desvalorização de Ativos nos Bairros Negros", do Brookings Institute, realça que, em média, as casas de afroamericanos são 23% mais baratas, apesar de o número de assoalhadas, localização e os acabamentos serem semelhantes às dos demais.

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