MP abre inquérito após denúncia de imigrantes escravizados em Serpa

Agência Lusa , BCE
20 abr 2022, 20:28
GNR

A GNR informou que “não tem registo de denúncias ou de ocorrências” relacionadas com o descrito na zona de Serpa, em Beja

O Ministério Público (MP) abriu um inquérito após ter recebido um auto de ocorrência da GNR relativo a uma publicação numa rede social que denunciou a alegada existência de 200 imigrantes moldavos escravizados em Serpa.

Em resposta a perguntas colocadas pela agência Lusa, fonte da Procuradoria-Geral da República disse que o MP recebeu uma auto de ocorrência da GNR relativo à publicação, “o qual deu origem a um inquérito”, que está em fase de investigação.

Também em resposta a perguntas da Lusa, a GNR informou que “não tem registo de denúncias ou de ocorrências” na zona de Serpa, no distrito de Beja, “relacionadas com o descrito” na publicação na rede social Twitter.

No entanto, a GNR “teve conhecimento” da publicação, a qual enviou para o MP, por “descrever factos que poderão configurar a prática de crimes”.

As perguntas da Lusa foram colocadas após os jornais Sol e Inevitável terem noticiado nas edições desta quarta-feira que “cerca de duas centenas de migrantes moldavos estarão a ser escravizados em Serpa”, segundo uma denúncia feita no Twitter por um jovem universitário moldavo, Catalin Schitco.

No texto publicado no domingo e consultado pela Lusa, Catalin Schitco escreveu: “Recebi uma denúncia, de fonte fidedigna, que em Serpa, Beja, 200 moldavos estão neste momento a ser escravizados. O salário é enviado para o patrão no estrangeiro que não lhes paga. E isto não é o mais chocante”.

Acrescentando depois, numa resposta à publicação, que “a mesma fonte acrescenta que [a] GNR sabe do sucedido e tem acordos com os patrões criminosos”.

Em declarações ao Inevitável, o estudante alegou que foi “abordado por uma moradora de uma aldeia em Serpa, avó de uma amiga próxima”, que lhe terá contado “a história”.

Segundo Catalin Schitco, a mulher terá conseguido “comunicar com um imigrante”, que lhe terá contado que “os trabalhadores não recebem salários fixos” e “o dinheiro é enviado de forma centralizada para uma pessoa no estrangeiro que depois o redistribui, sem qualquer tipo de periodicidade fixa ou garantida”.

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