Kat Abughazaleh é acusada de bloquear um agente federal em frente ao centro de processamento de imigração
Uma candidata democrata ao Congresso norte-americano pelo Estado do Illinois foi acusada, juntamente com outras cinco pessoas, de bloquear viaturas durante protestos em setembro em frente a um edifício federal de imigração nos arredores de Chicago.
A acusação, apresentada na semana passada por um júri especial, acusa Kat Abughazaleh de bloquear um agente federal em frente ao centro de processamento de imigração, de acordo com documentos judiciais divulgados quarta-feira pela agência Associated Press (AP).
"Esta é uma perseguição política e uma tentativa grosseira de silenciar a dissidência, um direito protegido pela Primeira Emenda. Este caso representa uma grande investida da administração Trump para criminalizar protestos e punir qualquer pessoa que se manifeste contra eles", frisou Abughazaleh, num vídeo publicado na rede BlueSky.
Os manifestantes têm-se reunido em frente ao centro de imigração para protestar contra as operações de fiscalização na região de Chicago, que resultaram em mais de 1.800 detenções e denúncias de uso excessivo de força.
Greg Bovino, que lidera os esforços da Patrulha de Fronteiras em Chicago, recebeu esta semana ordens da juíza distrital Sara Ellis para a informar todas as noites sobre as operações.
Trata-se de uma tentativa sem precedentes de impor uma supervisão em tempo real à repressão da imigração promovida pela administração liderada pelo republicano Donald Trump na cidade, após semanas de confrontos tensos e táticas cada vez mais agressivas por parte dos agentes.
Os procuradores federais acusaram Abughazaleh e outros de cercarem um veículo conduzido por um agente federal no dia 26 de setembro e de tentarem impedi-lo de entrar nas instalações.
O grupo embateu no carro, empurrou-o, partiu um espelho retrovisor e riscou a palavra "PORCO" ("PIG", na sigla em inglês) no veículo, segundo a acusação.
Abughazaleh terá colocado as mãos no capô do veículo e apoiou-se nele, bloqueando-lhe a passagem, de acordo com a acusação.
O agente foi "obrigado a conduzir a uma velocidade extremamente baixa para evitar ferir qualquer um dos conspiradores", pode ler-se no vídeo.
"Enquanto eu e outros exercemos os nossos direitos garantidos pela Primeira Emenda, o ICE agrediu, arrastou, atirou, disparou com bolas-pimenta e usou gás lacrimogéneo contra centenas de manifestantes, simplesmente porque tivemos a ousadia de dizer que homens mascarados a entrar nas nossas comunidades, a raptar os nossos vizinhos e a aterrorizar-nos não podem ser o nosso novo normal", vincou Abughazaleh no vídeo.
"Por mais assustador que tudo isto seja, passei a minha carreira a lutar contra o retrocesso da América rumo ao fascismo. Não vou parar agora, e espero que vocês também não parem", garantiu.