Estas são as melhores ilhas da Europa para se afastar de quase toda a gente (e Portugal está na lista... duas vezes)

CNN , Terry Ward
21 jan 2023, 09:00

Desde locais lendários de vida noturna a lugares vulcânicos distantes do continente, a Europa tem ilhas que nunca mais acabam. Mas para cada Mykonos ou Ibiza há um lugar menos conhecido e igualmente encantador para onde pode fugir, afastar-se das multidões e aproximar-se da natureza.

Estas são algumas das melhores ilhas da Europa para se afastar de quase todos:

Schiermonnikoog, Países Baixos

Os Países Baixos são mais conhecidos pelos seus canais, diques e ilhas nas Caraíbas Neerlandesas, como Bonaire e Curaçau, do que pelas ilhas de areia ao longo da costa do Mar do Norte. Mas uma das ilhas mais tranquilas da Europa é Schiermonnikoog, na parte ocidental das ilhas Frísias, localizada ao largo da costa norte dos Países Baixos, numa enseada pouco profunda do Mar do Norte chamado Mar Frísio.

Com apenas 950 habitantes, Schier, como os locais lhe chamam, é um local solitário e um parque nacional coberto por dunas e florestas e com algumas das praias mais virgens da Europa.

"Para além da natureza e da sua vastidão, não há muito a fazer na ilha. E o encanto é precisamente esse", diz Annemarieke Romeijn, que tem uma casa de férias em Schiermonnikoog.

Só os residentes estão autorizados a conduzir carros na ilha, para onde se pode viajar a partir do continente, da vila de Lauwersoog, numa viagem de barco de 45 minutos. Uma vez lá, os visitantes podem passar o seu tempo à procura de pedaços de âmbar nas largas praias de areia branca, ter aulas de kitesurf ao longo de bancos de areia naturais e percorrer de bicicleta ou em escalada quilómetros de trilhos.

Heimaey, ilhas Vestman, Islândia

Aqui há mais papagaios-do-mar do que pessoas, mas os visitantes humanos são recompensados. Créditos: Thor/Adobe Stock

A casa de mais papagaios-do-mar do que pessoas parece saída de um livro de histórias, com penhascos verde esmeralda, uma arrebatadora praia de areia preta e grutas que sobressaem da sua costa escarpada.

"À chegada, só a vista de Heimaey tira-lhe o fôlego", diz Eyrún Aníta Gylfadóttir do Hotel Ranga, um hotel na Islândia continental que envia regularmente hóspedes em viagens de barco durante um dia para as ilhas Vestma, numa travessia de 40 minutos. "O porto, rodeado por altas falésias é o lar de várias espécies de aves marinhas como papagaios-do-mar, gansos-patola, fulmares e pardelas-sombrias", aponta.

Em 1973, em Heimaey, uma erupção vulcânica cobriu a área de 200 milhões de toneladas de cinzas e lava, mas milagrosamente apenas uma morte foi relatada. Hoje, reina a paz total, com trilhos solitários para explorar e largas vistas do oceano.

Apenas cerca de 4.500 pessoas partilham Vestmannaeyjar com quase um milhão de casais de papagaios-do-mar, que constituem a maior colónia atlântica da espécie do planeta. Na época de reprodução, entre abril e o final do verão, podemos ver as aves a descerem as falésias à procura de peixe para alimentar as suas crias que são protegidas em grutas à beira dos penhascos.

Ilha das Flores, Açores, Portugal

Cascatas descem por uma imponente encosta na ilha das Flores, nos Açores. Créditos: aroxopt/Adobe Stock

Uma das ilhas mais remotas de um já remoto arquipélago, a Ilha das Flores, no extremo oeste dos Açores, é o sonho de qualquer amante da natureza.

Lagos azuis, encostas verdes vívidas, vales profundos, cascatas e fontes termais em ebulição estão entre os inúmeros pontos turísticos da ilha vulcânica de 88 km2 que abriga cerca de 3.400 pessoas e onde se pode chegar por via aérea proveniente de outras ilhas açorianas.

"Nesta ilha tem a sensação de estar noutro mundo. Sem poluição, sem stress, sem barulho", garante Gabriela Silva, 69 anos, que nasceu e reside nas Flores, perto do seu Airbnb. "O mar é muito limpo, de um azul profundo, pode mergulhar e ter a sensação de estar na casa dos deuses."

Um dos locais mais mágicos das Flores é a Rocha dos Bordões, uma formação geológica de colunas de basalto envoltas em vegetação que mais parece o cenário de um filme de dinossauros.

Com apenas 26 quartos, o Hotel das Flores é o maior hotel da ilha, localizado na principal cidade portuária, Santa Cruz das Flores. Os arrendamentos para férias estão espalhados por toda a ilha.

Naustholmen, Noruega

Os visitantes devem voar para Bodø, no norte da Noruega, e continuar para norte, de barco, para chegar a esta ilha privada, propriedade da aventureira norueguesa Randi Skaug, a primeira mulher norueguesa a escalar o Monte Evereste.

Em Naustholmen, os hóspedes ficam em quartos espalhados por três casas na ilha e passam os seus dias a andar de caiaque em praias de areia branca banhadas por águas azuis profundas ou a escalar os picos das ilhas Lofoten, a norte. Também podem simplesmente balançar numa rede (ou até mesmo passar a noite numa) e não fazer nada, rodeados pelo silêncio e pela beleza deste lugar remoto.

"Almoce junto a uma lareira na praia, caminhe pela espetacular Nordskot Traverse ou ouça um miniconcerto numa caverna local", sugere Torunn Tronsvang, CEO da empresa de viagens Up Norway. "Este é um lugar que lhe dará energia e inspiração."

Ilha de Tiree, Escócia 

Este paraíso turquesa fica na costa oeste da Escócia. Créditos: Richard Kellett/Adobe Stock

Basta olhar para as águas profundas azul-turquesa e safira e para as ondas de surf perfeitas que se enrolam nas suas margens para perceber por que razão a Ilha de Tiree é por vezes referida como o Hawai do Norte.

A ilha mais ocidental do arquipélago das Hébridas Interiores, ao largo da costa ocidental da Escócia continental, Tiree, com 19 quilómetros de extensão, é conhecida pelo seu clima ameno, ar puro e belas praias de areia branca que podem facilmente ser confundidas com as Caraíbas, em fotos ou até pessoalmente. (Em agosto as temperaturas rondam os 14 graus Celsius.)

Intrépidos surfistas conhecem Tiree pelas escapadelas em praias sem lotação e pelo Reef Inn, um hotel com apenas oito quartos que atende a multidão de surfistas. O Festival Anual de Música de Tiree  atrai, em julho, cerca de 2000 pessoas, para uma extravagância de música folclórica escocesa, mas na maior parte do ano terá a ilha tranquila para caminhadas ou passeios de bicicleta e 74 quilómetros de praias deslumbrantes para si. Os visitantes chegam a Tiree através de barco, que demora cerca de quatro horas, a partir de Oban, ou por meio aéreo de Oban ou Glasgow com a Loganair.

Berlengas, Portugal

A cerca de 9 quilómetros da costa de Peniche, o arquipélago das Berlengas é um excelente destino para mergulho subaquático. Créditos: Luis Fonseca/iStockphoto/Getty Image

Um dos destinos insulares mais surpreendentes de Portugal aguarda pelos visitantes que chegam de barco para passeios de um dia ou para acampar durante a noite no arquipélago das Berlengas, composto por três ilhas, maioritariamente desabitadas, na Reserva da Biosfera das Berlengas, classificada pela UNESCO.

A cerca de 9 km da costa da cidade de Peniche, em Portugal continental, o arquipélago é mais conhecido pelo Forte de São João Baptista, uma fortaleza datada de 1600 que sobressai pela sua presença imponente no topo de uma florestação rochosa na Berlenga Grande, a maior ilha do arquipélago. Durante o verão, é possível reservar quartos para pernoitar, na pousada do forte.

A Berlenga Grande tem um parque de campismo, aberto durante o verão, onde os visitantes podem pernoitar e, sozinhos, observarem a Via Láctea.

"A paisagem é árida, mas bonita, e a imagem do Oceano Atlântico a bater com as suas águas nas ilhas é impressionante", descreve Arlindo Serrão da Portugal Dive. Serrão afirma que o arquipélago é um dos melhores locais para mergulho em Portugal, graças a correntes únicas e a um clima influenciado pelo oceano Atlântico e pelo Mediterrâneo.

O peixe-lua (Mola mola) pode ser, por vezes, observado e as ilhas são um dos locais mais importantes para a reprodução de aves marinhas.

Alicudi, Sicília, Itália

Deixe as multidões de Taormina, inspiradas pela série "White Lotus" e vá para a mais ocidental e remota das Ilhas Eólias vulcânicas da Sicília para uma experiência à parte.

Selvagem e acidentada, Aliduci é a menos habitada do grupo composto por sete ilhas ao largo da costa norte da Sicília, que incluem Estrômboli e Lipari, entre outras.

"É a ilha mais selvagem da Sicília. Ainda usam burros para transportar mercadorias em Alicudi", conta o siciliano Francesco Curione. "Se procura tranquilidade, este é o lugar."

O distinto cone vulcânico de Alicudi ergue-se do mar Tirreno com um efeito dramático, com barcos de pesca coloridos a balançar ao longo da costa, criando uma visão de postal. Comprar peixe diretamente aos pescadores de Alicudi é algo que não pode perder.

Aqui não há carros e apenas cerca de 100 residentes, por isso encontrar um local tranquilo só para si nunca será um problema. Quanto mais alto caminhar pelos degraus de pedra de lava que sobem as encostas vulcânicas, mais profundo é o silêncio e o escape.

Não há hotéis em Alicudi, mas o arrendamento de vivendas e os Airbnbs facilitam o alojamento e a estadia.

Skyros, Grécia

Skyros é uma das duas dúzias de ilhas de compõem o arquipélago de Espórades. Créditos: dinosmichail/iStockphoto/Getty Images

Ilhas gregas como Santorini e Mykonos, nas ilhas Cíclades, podem ficar tão cheias de turistas durante os meses de verão que pode perguntar-se qual a razão de tanto interesse. Para que possa ter uma experiência mais calma nas ilhas gregas, concentre-se no norte do Mar Egeu, na ilha de Skyros.

Skyros, uma das 24 ilhas do arquipélago de Espórades, no noroeste do Mar Egeu, grande parte desabitada, onde poderá chegar por via aérea ou barco, proveniente do continente, ou através de outras ilhas gregas próximas.

Ao chegar, irá encontrar praias isoladas para explorar, um castelo bizantino que se eleva sobre o mar e a cidade e até uma raça antiga de cavalos, os Skyrian, que vivem em estado selvagem apenas nesta ilha.

Com exceção da preparação para a Quaresma – altura em que o famoso Carnaval de Skyros deixa a ilha em modo de festa ininterrupta com desfiles e festas e uma inundação de atenienses - é um lugar extremamente tranquilo.

Ilha Rathlin, Irlanda do Norte

Estendendo-se por 10 quilómetros em tons de esmeralda e apenas 1,6 km de largura, a Ilha Rathlin, na costa da Irlanda do Norte, abriga apenas cerca de 150 habitantes.

Os visitantes, que chegam através de uma rápida travessia de barco, proveniente de Ballycastle, no continente, são transportados para um deserto de falésias que abrigam milhares de pássaros, incluindo papagaios-do-mar, airos, gaivotas e tordas-mergulheiras. Colónias de focas comuns e focas cinzentas alinham-se nas enseadas remotas de Rathlin.

Trilhos para caminhadas cruzam a acidentada ilha e mergulhadores experientes são atraídos para a água para explorar as dezenas de naufrágios que ocorreram perto da costa e que incluem o HMS Drake, abatido por um submarino alemão durante a Primeira Guerra Mundial.

Não perca uma visita ao farol Rathlin, construído nas rochas para assim cortar o denso nevoeiro que frequentemente assola a ilha.

Fasta Åland, Finlândia

Situado no Golfo de Bótnia, entre a Suécia e a Finlândia, o arquipélago de Åland tem mais de 6.500 ilhas, mas apenas cerca de 60 habitadas. Dizer que há espaço para relaxar e respirar nessas ilhas do Mar Báltico é um eufemismo.

É uma região autónoma, as ilhas pertencem à Finlândia, mas estão a apenas 40 quilómetros da Suécia, sendo o sueco a língua oficial.

Fasta Åland é a maior ilha do arquipélago e uma boa base para exploração. Faça um passeio de bicicleta até às ilhas mais próximas, ligadas por ferries e pontes, ou simplesmente instale-se uma temporada num hotel com sauna e vista para o mar para um descanso relaxante.

HavsVidden oferece um refúgio isolado no norte de Fasta Åland com vivendas que dispõem de saunas próprias com vista para a costa rochosa.

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