IGAS e ERS abrem inquérito ao caso de grávida que morreu depois de ir ao hospital e ser mandada para casa

31 out, 13:48
Diretor das urgências do Amadora-Sintra demite-se numa altura em que o hospital está a funcionar muito abaixo dos limites de segurança

Mulher foi ao Amadora-Sintra na quarta-feira, tendo-lhe sido detetada "hipertensão ligeira". Foi enviada para casa com consulta marcada. Deu novamente entrada no hospital na madrugada desta sexta-feira, transportada por uma viatura de emergência médica - estava em paragem cardiorrespiratória. O bebé nasceu, está com "prognóstico reservado"

A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) e a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) anunciaram a abertura de processos complementares para apurar responsabilidades. 

O subinspetor-geral da IGAS determinou a instauração do processo de inquérito com o objetivo de "avaliar os factos relacionados com a assistência prestada à utente no serviço de urgência". 

Paralelamente, a ERS instaurou um processo de avaliação no âmbito das suas competências, com o mesmo objetivo de "esclarecer as circunstâncias do atendimento prestado". Os dois organismos decidiram cooperar de forma complementar, garantindo que todas as diligências necessárias sejam realizadas para apurar os factos.

"Considerando que a IGAS decidiu abrir um processo de inquérito e que a Entidade Reguladora da Saúde, no quadro das suas competências, também se encontra a averiguar a situação, através de um processo de avaliação, estes dois organismos decidiram cooperar de modo a obter todos os esclarecimentos necessários de forma complementar", lê-se no comunicado a que a CNN Portugal teve acesso.

Estes inquéritos surgem no mesmo dia em que a CNN Portugal revelou que uma mulher de 36 anos, de nacionalidade guineense e grávida de 38 semanas morreu no Amadora-Sintra. Tinha estado no hospital durante a tarde de quarta-feira para uma consulta, na qual lhe foi detetado um episódio de hipertensão. Nesse mesmo dia, a utente foi mandada para casa com consulta marcada.

Esta sexta-feira de madrugada, a grávida voltou a entrar na urgência do hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra), tendo sido transportada por uma viatura de urgência médica. Estava em paragem cardiorrespiratória. O parto foi realizado e o bebé nasceu "com prognóstico muito reservado". O hospital também abriu um inquérito.

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