Só com inteligência os minhotos evitaram Sequeira maior em Rio Maior
O Casa Pia tentava um feito inédito na I Liga, o de ganhar quatro jogos consecutivos, e Hugo Oliveira procurava a primeira vitória como treinador do Famalicão, mas ninguém saiu a rir do duelo em Rio Maior. O empate ajusta-se, mesmo que os minhotos tenham sido mais audazes no ataque. Com outra consistência, e sem Sequeira na baliza adversária, talvez tivessem outra sorte.
Fosse pela pressão dos resultados, ou até por uma questão de estilo, já que conta com intérpretes mais requintados com a bola, o Famalicão não demorou muito a pegar no jogo. Gustavo Sá era o elo que ligava o meio-campo ao ataque e o seu dinamismo originou muitas dores de cabeça aos defesas do Casa Pia.
Não estranhou por isso que o treinador dos lisboetas, João Pereira, tenha mexido cedo na equipa, e no meio-campo, colocando Beni no lugar do «amarelado» Kraev. Estávamos no minuto 37 e até aí passou-se quase de tudo.
O Casa Pia adiantou-se aos 18 minutos, sem que tivesse feito muito por isso, pelo central João Goulart, de bola parada. Um revés que não descaraterizou o Famalicão, que atacava mais e melhor e empatou ao minuto 34, por Aranda. O remate do espanhol é bom, tal como a leitura de jogo de Tom van de Looi, que bateu de forma rápida o livre que está na génese do lance.
Pelo meio, o Famalicão acertou no poste e viu Sequeira brilhar na baliza do Casa Pia com um punhado de intervenções importantes, que iam mantendo os «gansos» à tona.
O intervalo não fez bem ao jogo, que desceu a pique nos índices de qualidade. A equipa da casa até melhorou, conseguindo impor, a espaços, uma dimensão física que o Famalicão nem sempre foi capaz de acompanhar.
Com o passar dos minutos, os minhotos reequilibraram as forças em campo e acabaram por cima. Nessa fase, voltou a sobressair Sequeira, que negou o 1-2 ao central Justin de Haas, aos 79 minutos, com uma defesa que teve tanto de vistosa como de vital. Pouco depois, travou as intenções de Gil Dias, que tentou a sua sorte com um remate, de primeira, com o pé direito.
Em cima do minuto 90, Nuno Moreira viu o cartão vermelho, mas a história do jogo já estava contada. No último suspiro, Mario Gonzalez surgiu com espaço na área forasteira, mas o seu cabeceamento encontrou as mãos de Sequeira. Como quase sempre aconteceu ao longo do encontro.
O momento: golo de QI elevado reanima Famalicão
O livre era em zona neutra, ainda longe da área do Casa Pia, e poucos lhe dariam grande importância. Esse deve ter sido o pensamento dos defesas casapianos, que se alhearam do lance e não impediram que Tom van de Looi batesse o livre de forma rápida, oferecendo a bola a Aranda, que rematou de pronto para o 1-1. Inteligência apurada, proveito máximo.
Figura: Sequeira deu espetáculo na baliza do Casa Pia
Que bela exibição do guarda-redes do Casa Pia. Assinou uma mão cheia de defesas incríveis, demonstrando uma agilidade interessante, reflexos apurados e, mais importante do que tudo, uma segurança a toda a prova. Um guardião a ter debaixo de olho nesta edição da I Liga.
Positivo: Gil Dias liderou ataque entusiasta
Faltou consistência, é certo, mas os bons momentos do Famalicão no jogo originaram vários lances de perigo junto da baliza do Casa Pia, alguns construídos a partir do seu setor mais recuado. Gil Dias foi o expoente da irreverência ofensiva dos minhotos, que lhes poderia ter valido outra sorte em Rio Maior.
Negativo: Expulsão penaliza exibição cinzenta
Nuno Moreira é, sem qualquer dúvida, uma das figuras principais da atual versão do Casa Pia, mas esteve longe do seu melhor frente ao Famalicão. Só a espaços teve impacto no jogo ofensivo dos «gansos», acabando expulso perto do fim. Melhores dias virão.