«Quando disse que ia rematar, o Quaresma chamou-me maluco»

21 mai 2020, 18:02
Hugo Almeida

Hugo Almeida recorda o golaço num Guiseppe Meazza deserto, com um Co Adriaanse que não queria o avançado do FC Porto a marcar livres

A UEFA recordou nesta quinta-feira o pontapé fabuloso de Hugo Almeida no Inter Mião-FC Porto de 1 de novembro de 2005, um dos melhores golos da história da Liga dos Campeões. Em conversa com o Maisfutebol, o avançado descreve um momento que ficou perpetuado na sua história.

15 minutos de um jogo à porta fechada, livre ainda distante da baliza à guarda de Júlio César. Hugo Almeida, então com 21 anos, surge no onze e pede a bola a Ricardo Quaresma, o marcador oficial desse tipo de lances.

«Foi um ato de fé que tive. Lembro-me que foi dos primeiros jogos como titular do FC Porto, ainda por cima num jogo daqueles, naquele estádio. Estava no auge da felicidade e senti-me confiante.»

Hugo Almeida quis bater o livre, mas havia um problema.

«O Co Adriaanse não queria que eu marcasse livres, sinceramente. Mas virei-me para o Quaresma e pedi-lhe. Quando lhe disse que ia rematar, ele chamou-me maluco, começámos a brincar com isso», recorda o internacional português, que terminou a carreira a 6 de fevereiro de 2020, aos 35 anos, na Académica.

O avançado tomou balanço, encheu o pé esquerdo e disparou para o poste mais distante. «Seria difícil marcar para o outro ângulo. Mal a bola saiu do meu pé, percebi que lhe tinha pegado muito bem, vi logo que ia para a baliza, mas não sabia que ia entrar ao ângulo. Com o estádio vazio, deu para ouvir tudo, mas antes da bola entrar, sinceramente, eu já estava era naquela euforia de festejar», explica, ao nosso jornal. O FC Porto colocou-se em vantagem mas o Inter acabou por dar a volta ao resultado (2-1).

«Foi o melhor golo da minha carreira e é gratificante perceber que continua a ser recordado pela UEFA», remata. 

A experiência de jogar à porta fechada, por outro lado, não foi particularmente agradável: «É como um jogo de pré-época, falta algo. Não é a mesma coisa. Mas percebo que os campeonatos tenham de terminar assim agora, a vida tem de continuar, e só espero que isto passe rápido, para voltar tudo à normalidade.»

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