Hotel só limpava banhos de spa duas vezes por ano. "Não gostamos muito do cheiro a cloro"

2 mar 2023, 17:09
Hotel japonês (foto: The Asahi Shimbun/Getty Images)

Inspetores descobriram presença da bactéria de Legionella a mais do dobro dos níveis aceitáveis

"Sinto muito" e "não gostamos do cheiro a cloro" foram palavras que fizeram parte do pedido de desculpas do presidente de um hotel japonês, onde as limpezas dos seus banhos de hidromassagem se resumiam a duas vezes ao ano. A negligência só foi descoberta depois de inspetores de saúde descobrirem  níveis elevados de legionella. Um mês antes, o hotel tinha assegurado que os níveis de bactérias estavam abaixo do padrão regulamentar.

Makoto Yamada, assim se chama o dono do hotel Daimaru Bessu, com mais de 150 anos, desculpou-se numa conferência de imprensa nesta terça-feira, lamentando a falta de providências tomadas e acrescentando: "Sinto muito”.

De acordo com os regulamentos locais, a água de um onsen deve ser trocada semanalmente. No entanto, a administração do hotel admitiu, esta semana, só ter esses cuidados duas vezes ao ano.

Foi numa inspeção de saúde ao onsen, um tipo de banho tradicional japonês que usa água de fontes termais aquecidas vulcanicamente, que ficaram confirmadas as más práticas. As primeiras análises determinaram que a falta de limpeza regular elevou o nível de bactérias Legionella a mais do dobro do que é aceitável.

Nessa altura, a pousada disse aos inspetores que as diretrizes sobre limpeza foram implementadas em conformidade com as normas, chegando em outubro a informar o governo da província que, após algumas análises voluntárias, os níveis de bactérias indicados estavam abaixo do padrão regulamentar.

No entanto, quando as autoridades visitaram o espaço, no mês seguinte, para se certificar das informações facultadas, os níveis da bactéria Legionella estavam 3.700 vezes acima do limite, levando ao encerramento temporário dos espaços.

Na conferência, Yamada tentou justificar a negligência afirmando que desconhecia a importância da manutenção da água. “Eu próprio não conhecia a lei e pensei que a legionella era uma bactéria que podia ser encontrada em qualquer lugar e que era segura porque os banhos eram de fluxo livre, então a água era trocada com alguma regularidade."

 Para dar provas de que o público pode voltar a confiar no seu hotel, o presidente Yamada afirmou que, assim que os banhos voltaram a abrir, ele mesmo usufruiu deles.

Ainda em declarações à imprensa, Yamada acrescentou que a sua equipa foi negligente na adição de cloro na água “porque, por egoísmo, não gostamos do cheiro do cloro”.

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