Cirurgias milionárias no Santa Maria: IGAS arquiva primeiro inquérito

18 set, 12:32
Hospital de Santa Maria (Gustavo Valiente Herrero/Getty Images)

Caso foi revelado pelo exclusivo da TVI

A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) não encontrou irregularidades alegadamente cometidas nas cirurgias assinadas pela médica Rita Travassos e concluiu pela inexistência de práticas irregulares no caso da médica que estava em Itália quando registou cirurgias em seu nome.

O caso foi revelado pelo Exclusivo da TVI, em maio, com provas de que a médica dermatologista estava em Itália no dia 14 de maio, num congresso, mas de acordo com os registos a que tivemos acesso, também terá operado vários doentes nesse mesmo dia. Ao que apurámos, as mesmas cirurgias foram feitas por médicos internos e não por Rita Travassos. De acordo com a investigação da TVI, a acumulação de horas de trabalho permitiram à médica ganhar direito a realizar cirurgias adicionais ao fim de semana, pagas a peso de ouro através do programa SIGIC, implementado pelo governo anterior, como forma de aliviar as listas de espera.

Logo após a revelação feita pelo Exclusivo dando conta desta prática abusiva por parte de vários médicos dermatologistas do hospital de Santa Maria, a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde decidiu abrir um inquérito para apurar eventuais responsabilidades.

Não há para já decisão em relação ao médico, Miguel Alpalhão, que está na mira do ministério público por ter faturado mais de 400 mil euros em apenas 10 sábados.

Mas a TVI confirmou junto de fonte da IGAS que quanto a Rita Travassos, a decisão foi de arquivar o processo.

Esta decisão não deixa de ser, no mínimo, polémica.  A TVI/CNN Portugal apuraram também que os internos que realizaram as cirurgias assinadas por Rita Travassos não foram sequer ouvidos pelos inspetores da IGAS. De resto, o próprio presidente do conselho de administração do Hospital de Santa Maria também não foi ouvido.

Saúde

Mais Saúde