Serviços do Amadora-Sintra normalizados após falha informática

26 jun, 10:03
Hospital Amadora-Sintra

Urgências estiveram encerradas desde sábado

Os serviços do hospital Amadora-Sintra (Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca) já se encontra normalizados após a falha informática que obrigou ao encerramento das urgências.

"A Unidade Local de Saúde Amadora/Sintra informa que a atividade nas urgências do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF) está a ser restabelecida, após a interrupção temporária verificada nos últimos dias, motivada por uma falha informática. O problema foi solucionado e os sistemas encontram-se novamente operacionais, permitindo o normal funcionamento de todos os serviços e a reabertura das Urgências", lê-se no comunicado.

O serviço de urgências estava encerrado desde sábado.

Em comunicado, o hospital adianta ainda que "as equipas técnicas continuam a monitorizar e a reavaliar o funcionamento dos sistemas, hora a hora, de forma preventiva" e "a agradece a compreensão dos utentes durante este período e reconhece, com profundo apreço, o profissionalismo e o empenho das equipas que garantiram a segurança dos cuidados prestados e contribuíram para a rápida resolução da situação".

Suspensão das urgências no Amadora-Sintra expõe negligência e falta de investimento

A Federação Nacional dos Médicos (Fnam) considerou inadmissível que uma avaria técnica tenha levado à suspensão das urgências no Hospital Amadora-Sintra, uma situação que revela a “falta de investimento continuado” na infraestrutura do SNS.

“Não se trata de um simples incidente técnico. A ocorrência revela uma alarmante negligência na manutenção de sistemas essenciais, bem como a ausência de planos de contingência robustos e devidamente testados, numa unidade hospitalar periférica que serve uma população numerosa e que já opera sob permanente sobrecarga”, alerta a Fnam em comunicado.

Em declarações à agência Lusa, a presidente da Fnam, Joana Bordalo e Sá, afirmou que esta avaria condicionou também outros serviços, como as consultas, exames e alguma cirurgia, e a prescrição de receitas, que está a ser feita à mão.

Para a Fnam, esta situação expõe “mais uma vez as fragilidades estruturais graves do Serviço Nacional de Saúde".

“A interrupção do funcionamento normal de um hospital desta dimensão durante vários dias, por causa de uma avaria técnica, é o reflexo direto da falta de investimento continuado na infraestrutura do SNS”, sublinha.

Para a federação, essa responsabilidade “cabe ao Ministério da Saúde, liderado por Ana Paula Martins, que, à semelhança do ciclo governativo anterior, não apresenta um plano de investimento sólido para prevenir este tipo de falhas graves, que colocam em risco a segurança dos doentes e agravam o desgaste dos profissionais de saúde”.

A Fnam alerta que, sem uma mudança efetiva de políticas e prioridades, episódios como este não só poderão repetir-se, como tenderão a tornar-se cada vez mais frequentes.

Reitera a necessidade urgente de um plano nacional de manutenção e modernização das infraestruturas hospitalares, com especial atenção para sistemas críticos como os de climatização, energia, segurança e suporte informático.

“A saúde dos utentes e a dignidade das condições de trabalho dos profissionais do SNS não podem continuar a ser postas em causa por falhas evitáveis”, salienta a federação.

Durante a interrupção do funcionamento das urgências, o hospital apelou aos utentes para contactarem a linha SNS24 para encontrar alternativas.

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