Criança tinha nascido com prognóstico "muito reservado" e acabou por não resistir
A bebé da mulher que morreu na madrugada desta sexta-feira no Hospital Amadora-Sintra também não resistiu, tendo acabado por falecer.
A notícia foi inicialmente avançada pela SIC Notícias e posteriormente confirmada pela CNN Portugal.
A criança, uma menina, acabou por morrer este sábado às 07:00, depois de ter nascido com prognóstico "muito reservado", depois de a mãe ter dado entrada às 01:50 de sexta-feira em paragem cardiorrespiratória.
Em comunicado, a ULS Amadora/Sintra "manifesta o seu pesar" pela morte da bebé e "enderaça as mais sentidas condolências à família".
"A bebé encontrava-se em coma profundo, sem qualquer reflexo neurológico, tendo ao início da manhã de hoje [sábado] iniciado quadro de hipotensão e bradicardia progressivas, que culminaram na sua morte", acrescenta-se no comunicado.
A ULS Amadora-Sintra abriu um inquérito interno às circunstâncias da morte de uma grávida que esteve no hospital na quarta-feira para uma consulta, em que foi detetada uma situação de hipertensão, anunciou a instituição, depois de a mulher ter chegado "assintomática" para uma consulta de rotina.
De acordo com o diretor do serviço de urgência obstétrica e ginecológica do hospital Amadora-Sintra, Diogo Bruno, a grávida de 36 anos “foi apenas por extra cuidado enviada à urgência”, onde foi despistada pré-eclâmpsia, uma das complicações da gravidez, e teve alta com indicação para internamento às 38 semanas de gestação.
“Foram feitos vários exames, descartaram-se complicações importantes da gravidez que determinassem atitudes diferentes e ela foi enviada para casa, obviamente, com ensino dos sinais de alarme para recorrer novamente ao serviço de urgência e procurar cuidado médico”, acrescentou.
Segundo o diretor, a grávida, natural da Guiné-Bissau, chegou a Portugal recentemente e foi referenciada para a consulta de especialidade de obstetrícia com uma gravidez de termo precoce.
“O seguimento da gravidez não foi o seguimento ideal. Tinha, efetivamente, uma história não bem esclarecida de hipertensão, mas, efetivamente, na consulta que teve, o nível de tensão era ligeiramente elevado”, reiterou.
Também a IGAS instaurou um processo de inquérito para avaliar a assistência ULS Local de Saúde Amadora-Sintra e a ERS anunciou a abertura de um processo de avaliação com o mesmo objetivo, pelo que os dois organismos vão colaborar “de modo a obter todos os esclarecimentos necessários de forma complementar”.