Vinte e cinco médicos do Hospital São Francisco Xavier entregaram escusas de responsabilidade

Agência Lusa , CF
29 jul 2022, 21:54
Hospital de São Francisco Xavier

A estrutura sindical refere que as minutas de isenção se deveram à "falta de resposta e o agravamento das condições de trabalho" e exige soluções

O Sindicato Independente dos Médicos exigiu esta sexta-feira soluções após o pedido de demissão dos chefes de equipa do serviço de urgência do Hospital São Francisco Xavier e divulgou que foram entregues 25 minutas de isenção de responsabilidade por clínicos.

“O SIM solidariza-se com os colegas, manifesta a sua preocupação, dado a nossa preocupação crescente com as condições em que os médicos se vêm forçados a trabalhar, e exige soluções”, destaca o sindicato em comunicado.

A estrutura sindical referiu que, “dada a falta de resposta e o agravamento das condições de trabalho”, os médicos foram obrigados a emitir de minutas de isenção de responsabilidade, “tendo hoje mesmo sido entregues 25”.

Os chefes de equipa do serviço de urgência do Hospital São Francisco Xavier anunciaram a demissão, numa carta enviada esta sexta-feira ao Conselho de Administração e à Direção do Serviço de Urgência Geral do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (CHLO).

Segundo a carta enviada por um grupo de assistentes hospitalares de medicina interna, a que a Lusa teve acesso, está em causa o planeamento da escala do mês de agosto, que prevê que a constituição das equipas do serviço de urgência geral (SUG) seja assegurada apenas por um assistente hospitalar (com função de chefia) e um interno de formação geral.

Também esta sexta-feira, fonte ligada aos médicos tinha revelado que mais de 20 profissionais de saúde iam entregar minutas de isenção de responsabilidade, remetendo-a para o Conselho de Administração face aos problemas na constituição das equipas do serviço de urgência.

Além de precisar a entrega de 25 minutas de isenção de responsabilidade pelos médicos, o SIM alertou ainda que equipas de serviço de urgência com um especialista e um interno são uma “gravíssima irresponsabilidade e insuficiente para atender mais de 250 utentes por dia”.

“Lamentamos ainda a ilegalidade de obrigar os recém-especialistas a dedicar a totalidade do seu horário em SU pondo em causa a atividade de enfermaria cada vez mais pesada e as consultas externas. Exige igualmente condições para a formação adequada dos internos”, destacou.

O sindicato aponta também que no dia 3 de fevereiro enviou um ofício “sem resposta” em que apontava que na Urgência Externa do Hospital de São Francisco Xavier as equipas “não possuem o número de elementos e a diferenciação adequada à sua área de influência, complexidade e gravidade das doenças de quem aí recorre”.

Dado o agravamento da situação e incapacidade para contratar especialistas, ainda recentemente das sete vagas a concurso somente duas foram ocupadas, uma delas para os cuidados intensivos, os médicos do Centro Hospitalar repetiram os alertas, salienta ainda o SIM.

Em declarações aos jornalistas após a reunião com os profissionais que subscreveram a carta, Rita Perez adiantou ter proposto a criação de um grupo de trabalho. Na base desta situação está o planeamento da escala do mês de agosto, que prevê que a constituição das equipas do serviço de urgência geral (SUG) seja assegurada apenas por um assistente hospitalar (com função de chefia) e um interno de formação geral

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