Adolescente de 17 anos sofreu alguns ferimentos e mostrava sinais de hipotermia
Kahiau Kawai passou a noite agarrado a um caiaque à deriva no Oceano Pacífico, antes de ser resgatado por um nadador-salvador de folga e pela Guarda Costeira dos Estados Unidos a 800 metros a sul do Sheraton Waikiki Beach Resort, Honolulu, no estado do Havai.
No passado dia 16 de outubro, o estudante estava a treinar no caiaque de seis metros com a sua turma do ensinosecundário quando, por volta das 18:30, foi levado por fortes correntes para longe do grupo. O alerta foi dado pelos companheiros de equipa.
Segundo um comunicado da Guarda Costeira dos Estados Unidos (USCG), mais de 50 pessoas estiveram envolvidas nas buscas, incluindo vários barcos e aeronaves. Só após quase oito horas de buscas e graças a um sinalizador que marcou a sua posição é que a tripulação do helicóptero conseguiu avistar o adolescente.
“Boom, ele simplesmente apareceu mesmo à minha frente. Ele está a nadar na água e a segurar a parte central do caiaque, e eu vejo a cabeça dele acima da água, e eu fico 'tipo, espera, ele está vivo?' Então eu gritei 'Kahiau?' e quando ele disse, 'sim', super calmo, eu simplesmente comecei a chorar", disse o nadador-salvador que efetuou o resgate, Noland Keaulana.
No dia em que o adolescente desapareceu, as condições do oceano não eram as melhores: as correntes estavam intensas, havia ventos fortes e as ondas estavam altas. "Fiquei com medo que ele tivesse desistido porque temos algumas pessoas que treinam para essas coisas e ainda temos dificuldade em estar na água com estas condições. E este miúdo, de alguma forma, sobreviveu a noite toda", acrescentou Keaulana.
Em declarações à CNN, o jovem contou que tentou voltar para a praia a nado ao utilizar o caiaque como prancha, mas sem sucesso: "Estava bem agitado lá fora, as ondas estavam super fortes e eu simplesmente não conseguia lutar contra a corrente. Comecei a preocupar-me quando começou escurecer". Kahiau perdeu o seu remo e teve de nadar na lateral do seu caiaque, alternando entre deitar-se no caiaque ou ficar na água.
Depois de horas de aflição, a mãe do adolescente não conseguiu conter a emoção quando ouviu a voz do filho pela primeira vez. "Ficámos quietos, aterrorizados, sem palavras. Lutámos contra pensamentos de esperança, pensamentos de desespero e os piores cenários enquanto tentávamos manter a nossa fé em Deus, a nossa fé nos nossos salvadores e a nossa fé no oceano. Foi a pior noite das nossas vidas, seguida da melhor manhã das nossas vidas", referiu Kelehua Kawai à CNN.
De acordo com a USCG, o jovem foi levado para o hospital em estado grave, mas estável. Sofreu alguns ferimentos e apresentava sinais de hipotermia.
Quando foi puxado para o barco de Keaulana, o adolescente de 17 anos já estava no oceano há quase 12 horas.