"Operação dos pagers" abre novo capítulo na guerra de Israel contra o Hezbollah

18 set, 06:45
Faixa de Gaza

Ação israelita ocorre no dia seguinte à decisão de que o retorno dos cidadãos do norte a casa é um dos objetivos oficiais da guerra

Logo após a “operação dos pagers“, a CNN Portugal recebeu uma indicação clara de que a ação foi realizada por Israel. Não se trata de uma confirmação formal, mas de uma fonte que nos informou sobre a ofensiva minutos após ela ter sido executada.

Israel não costuma comentar este tipo de operação. Mas é difícil imaginar que outro ator regional teria a capacidade tecnológica, logística e de serviços de informação para realizar um ataque com tal impacto e capilaridade.

Os números a seguir mostram o significado do que ocorreu na tarde desta terça-feira no Líbano e na Síria: a CIA estima que 45 mil combatentes façam parte do Hezbollah – 20 mil no ativo e 25 mil na reserva. Considerando-se a possibilidade de todos os portadores dos pagers alvejados serem combatentes (apenas uma possibilidade para efeito de cálculo), Israel teria atingido remotamente 6% do total do efetivo da milícia xiita libanesa de uma única vez e de forma simultânea.

O Hezbollah culpou Israel oficialmente e declarou que haverá resposta. As aulas desta quarta-feira nas escolas do Líbano foram canceladas.

Horas antes da operação no Líbano, o Shin Bet, serviço de segurança interno de Israel, frustrou um ataque a bomba contra um alto membro das forças de segurança israelitas. O nome dele não pode ser revelado, mas a imprensa de Israel informa que possivelmente se trata de um ex-chefe do Estado-Maior do exército.

A ação israelita ocorre no dia seguinte à decisão de que o retorno dos cidadãos do norte a casa é um dos objetivos oficiais da guerra.

Segundo o Canal 12, uma das consequências também já chegou aos grupos que atuam na Cisjordânia, cujas lideranças determinaram a seus homens armados que abandonem pagers e telemóveis.

A ação de Israel abre um novo capítulo na guerra com o Hezbollah e pode mudar de vez a dinâmica que está em curso desde 8 de outubro, quando a milícia libanesa passou a disparar contra o território israelita em solidariedade ao Hamas.

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