Hezbollah dá início a ataque em larga escala contra Israel

Henry Galsky , com Lusa
25 ago, 07:54
Faixa de Gaza

Trata-se da primeira fase do ataque em resposta à ação de Israel que matou Fuad Shukr

O Hezbollah disparou mais de 320 mísseis e rockets contra Israel na manhã deste domingo. Segundo comunicado emitido pela própria milícia, trata-se da primeira fase do ataque em resposta à ação de Israel que matou Fuad Shukr, comandante militar do grupo, no final de julho, em Beirute.

Ainda de acordo com o Hezbollah, esta primeira fase de ataques terminou. Não se sabe quando e como será executada a segunda fase de ataques.

Os mísseis disparados pelo Hezbollah atingiram casas na cidade de Akko (Acre), no norte de Israel, a dezanove quilómetros ao sul da fronteira. Não há registo de feridos até ao momento.

Israel realizou uma ação preventiva durante a madrugada contra plataformas de lançamento de mísseis às 5:00 (horário local) que, segundo o New York Times, estavam prontas para disparar contra alvos estratégicos em Tel Aviv, inclusive contra o Aeroporto Internacional Ben Gurion.

Em Israel, o Comando da Frente Interna determinou o encerramento da orla a partir de Rishon Letzion, na região central do país, e em toda a região norte. Os locais de trabalho estão autorizados a receber os seus funcionários desde que tenham um abrigo de proteção adequado.

De acordo com a imprensa norte-americana, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, acompanha de perto o desenvolvimento da situação.

Israel declara estado de emergência militar

O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, declarou estado de emergência militar, depois de lançar bombardeamentos no Líbano para impedir um ataque em grande escala do grupo xiita Hezbollah.

Em comunicado, o Ministério da Defesa afirmou que Gallant ativou uma “situação especial na frente interna” e acrescentou que a “declaração de estado de emergência permite ao exército dar instruções aos cidadãos de Israel, tal como limitar as reuniões e encerrar locais”.

O ministro falou também com o homólogo norte-americano, Lloyd Austin, confirmando que Israel lançou “ataques de precisão” contra o Líbano para impedir uma ameaça iminente ao país.

Em resposta ao ataque do Hezbollah, a força aérea israelita lançou bombardeamentos contra “alvos terroristas no Líbano”.

Pouco depois, as autoridades anunciaram restrições em todo o território a norte de Telavive, limitando reuniões a 30 pessoas no exterior e a 300 no interior, além de estabelecerem a proibição de tomar banho em praias próximas da fronteira.

Os escritórios e os estabelecimentos de ensino podem continuar a funcionar desde que disponham de um abrigo anti-bombas nas proximidades.

O chefe do Estado-Maior do Exército israelita, Herzi Halevi, está a dirigir as operações ofensivas e defensivas a partir da base militar de Kirya, em Telavive, juntamente com os principais dirigentes das forças armadas, escreveu a agência de notícias Efe.

Desde o anúncio, as sirenes antiaéreas têm sido ativadas continuamente na zona israelita que faz fronteira com o Líbano, acrescentou a agência.

O serviço de emergência israelita Magen David Adom elevou “o seu estado de alerta para o nível mais elevado em todo o país”, embora até à data não tenha recebido qualquer informação sobre vítimas.

O Hezbollah juntou-se ao grupo islamita palestiniano Hamas na guerra contra Israel em outubro passado e, desde então, a violência na fronteira israelo-libanesa registou a pior escalada desde a guerra de 2006.

Além disso, o Hezbollah, aliado do Irão, prometeu levar a cabo um ataque em grande escala contra Israel, na sequência da morte de um destacado comandante num bombardeamento israelita nos arredores de Beirute, em 30 de julho.

Desde outubro, a troca de tiros ao longo da fronteira custou a vida a pelo menos 636 pessoas, a maioria das quais do lado libanês e nas fileiras do Hezbollah, que confirmou 392 baixas.

No total, pelo menos 586 pessoas foram mortas no Líbano, incluindo pelo menos 124 civis, enquanto em Israel foram mortas 49 pessoas no norte do território: 23 militares e 26 civis, incluindo 12 menores no ataque à cidade de Majdal Shams, nos Montes Golã ocupados.

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