Surto de hepatite aguda infantil é tema "muito urgente", diz a OMS

Agência Lusa
2 mai 2022, 13:36
Para já, não foram ainda reportados casos desta hepatite aguda em crianças em Portugal. (Pexels)

O surto "de origem desconhecida" foi anunciado pela OMS a 15 de abril e afeta crianças com idades entre um e 16 meses, com inflamação do fígado

O surto de hepatite aguda infantil verificado em vários países europeus é uma situação "muito urgente" a que a Organização Mundial de Saúde está a dar prioridade, afirmou esta segunda-feira o diretor regional para emergências daquela agência.

"É muito urgente. Estamos a dar prioridade absoluta a isto e a trabalhar de muito perto com o Centro Europeu de Controlo de Doenças e com o Reino Unido, onde está a grande maioria dos casos", disse aos jornalistas Gerald Rockenschaub à margem de um encontro com as autoridades de saúde portuguesas no Infarmed, em Lisboa.

O responsável da OMS Europa para as situações de emergência salientou que as autoridades de saúde britânicas, onde se localizam 60 dos cerca de cem casos de hepatite viral ativos.

Origem permanece desconhecida

O surto "de origem desconhecido" foi anunciado pela OMS a 15 de abril e afeta crianças com idades entre um e 16 meses, com inflamação do fígado e "em muitos casos", sintomas gastrointestinais como dores abdominais, diarreia e vómitos, e elevação das enzimas do fígado.

Pelo menos uma criança morreu e em cerca de 10% dos casos foi preciso fazer um transplante de fígado.

"Até agora, não é totalmente claro [o que provoca a doença]. Há indicação de que um adenovírus possa ser responsável, mas estamos a trabalhar com outros países afetados para recolher informação, avançar na investigação e chegar rapidamente ao fundo isto e tomar medidas para evitar mais contágios", declarou Gerald Rockenschaub.

A OMS está a receber relatos de mais casos em países para além do Reino Unido, que "ativaram os seus mecanismos de vigilância para identificar especificamente casos destes", acrescentou.

O Centro Europeu de Controlo e Prevenção de Doenças já apelou às autoridades de saúde nacionais para efetuarem uma rápida vigilância dos casos de hepatite aguda em crianças, reconhecendo que as suas causas continuam por determinar.

A Direção-Geral da Saúde anunciou a criação de uma 'task force’ de “acompanhamento e atualização” do surto mundial de hepatite aguda em crianças.

Além da região europeia, foram também detetados casos nos Estados Unidos da América.

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