Questionado pelos jornalistas sobre se existem possibilidades de o militar desaparecido estar preso no que resta do helicóptero, Rui da Silva Lampreia admite que essa “não é uma hipótese descartada” pelas autoridades
As autoridades retiraram este sábado de manhã uma parte dos destroços do helicóptero que caiu ao rio Douro, com recurso a uma embarcação com grua, que pertence a uma empresa e deslocou-se para o cais fluvial de Lamego.
“Tivemos sucesso nessa busca. Recolhemos alguns pertences pessoais que estavam lá no fundo, mas não foi detetado o corpo do militar que se encontra desaparecido”, revelou Rui da Silva Lampreia, capitão do Porto do Douro.
Assim que a equipa de especialistas retirou o que será a parte da fuselagem da aeronave, as equipas de mergulhadores recomeçaram de imediato as buscas pelo militar da Guarda Nacional Republicana (GNR) desaparecido, na sequência do acidente com o helicóptero de combate a incêndios.
O comandante do Porto do Douro adiantou ainda que a falta retirar da água a cauda do helicóptero. Questionado pelos jornalistas sobre se existem possibilidades de o militar desaparecido estar preso no que resta do helicóptero, Rui da Silva Lampreia admite que essa “não é uma hipótese descartada”.
“Neste momento, estamos a dirigir a plataforma para fazer a recolha da cauda [do helicóptero]. Assim que tiver condições, vamos continuar as buscas subaquáticas, aéreas e nas margens para encontrar o militar que se encontra desaparecido”, refere.
O comandante do Porto do Douro afirma ainda que a operação vai “continuar até ao pôr do sol”.
A aeronave caiu no rio Douro, próximo da localidade de Samodães, em Lamego, na sexta-feira, durante uma operação de combate a um incêndio no concelho de Baião. A bordo seguia um piloto e uma equipa de cinco militares da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPC).
O piloto do helicóptero foi resgatado com vida, apenas com ferimentos ligeiros. Mas quatro dos cinco militares que combatiam as chamas foram encontrados sem vida. Os militares têm entre os 29 e os 45 anos, três são naturais de Lamego, um de Moimenta da Beira e outro de Castro Daire, no distrito de Viseu.
Naquela zona do rio Douro, em Samodães, concelho de Lamego, encontram-se a operar vários botes de diferentes entidades envolvidas nesta operação.
Impacto de "forte violência" no rio Douro causou "destruição total" do helicóptero
O impacto do helicóptero que caiu ao Douro sexta-feira em Samodães (Lamego), com seis pessoas a bordo, foi de “forte violência” e causou a “destruição total da aeronave”, descreveu hoje o comandante regional da Polícia Marítima do Norte.
“Face àquilo que já encontramos e às imagens que temos registadas, tudo indica que [o impacto] foi de forte violência e causou a destruição total da aeronave”, afirmou Rui Silva Lampreia. “Face ao estado em que se encontra a aeronave, a violência do impacto foi bastante forte e causou praticamente a destruição, está quase irreconhecível diria eu”, acrescentou.
Nas operações de busca, coordenadas pelo capitão do Porto e comandante-local da Polícia Marítima do Douro, estão empenhados elementos do grupo de mergulho forense (GMF) da Polícia Marítima, do comando-local da Polícia Marítima do Douro, dos bombeiros Voluntários de Resende, de Lamego, de Peso da Régua, Castelo de Paiva, Cruz Branca de Vila Real, de Mesão Frio e de Armamar.
A participar nas buscas estão ainda uma equipa de mergulhadores da Marinha Portuguesa e uma equipa do Instituto Hidrográfico com um sonar lateral, que ajuda a localizar os destroços da aeronave.
Com o apoio de ‘drones’ estão elementos do Centro de Tropas de Operações Especiais do Exército, uma equipa da Força Especial de Proteção Civil (FEPC) e elementos da GNR, que também apoiam com equipas de mergulho.
Os gabinetes de psicologia da Polícia Marítima e do INEM encontram-se a prestar apoio aos familiares das vítimas e elementos da Unidade Central de Investigação Criminal (UCIC) da Polícia Marítima encontram-se a investigar as causas do acidente.
O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários também tem uma equipa no terreno a investigar o acidente.