Harvey Weinstein acusado de crimes de agressão sexual no Reino Unido

Agência Lusa , FMC
8 jun 2022, 19:27
Harvey Weinstein (AP Photo)

Em causa estão duas acusações cometidas contra uma mulher em Londres em 1996

O ex-produtor de filmes norte-americano Harvey Weinstein irá enfrentar no Reino Unido duas acusações de agressão sexual, cometidas contra uma mulher em Londres de 1996, anunciou a procuradoria britânica.

O Ministério Público avançou numa declaração que “foram autorizadas acusações” contra Weinstein, hoje com 70 anos, na sequência de uma revisão de provas recolhidas pela Polícia Metropolitana de Londres na sua investigação.

Depois das revelações sobre Weinstein terem surgido em 2017, a polícia britânica confirmou a investigação de múltiplas alegações de agressão sexual contra o ex-produtor ao longo de várias décadas.

O escândalo em torno de Weinstein causou agitação social e até política nos Estados Unidos, levando numerosas mulheres do mundo do espetáculo e da política a denunciar, desde 2017, casos de assédio e abuso sexual, inspirando o movimento “Me Too” (“Eu Também”).

O caso estalou na sequência de uma investigação do The New York Times, com o jornal a revelar testemunhos de diversas alegadas vítimas de conduta sexual inapropriada por parte do influente produtor.

Até à data já foram mais de 80 mulheres a acusar Weinstein de assédio e abusos sexuais.

O produtor de filmes como “Pulp Fiction” ou “A Paixão de Shakespeare”, está agora preso em Los Angeles, aguardando outro julgamento por abuso sexual de mulheres no qual é acusado por 11 crimes.

Na semana passada, o ex-produtor perdeu também um recurso em Nova Iorque que poderia anular a sua condenação por violação e outros crimes sexuais resultantes de um processo judicial que começou no início de 2020.

Weinstein acabou assim por ser considerado culpado num julgamento com júri por ato sexual criminoso em primeiro grau contra a assistente de produção Mimi Haley e violação em terceiro grau contra a aspirante a atriz Jéssica Mann, após o que o juiz proferiu a sentença.

O antigo produtor recorreu da condenação em abril de 2021 por considerar que não recebeu um “julgamento justo”.

Mas os juízes desembargadores decidiram “rejeitar os argumentos e reafirmar a sentença em todos os seus aspetos”, acrescentando que não veem motivo para “reduzir a pena” e considerando “inválidas” as alegações do réu.

No entanto, de acordo com a revista Variety, uma representante da produtora Juda Engelmeyer anunciou que a equipa jurídica de Weinstein está a considerar “todas as opções” e vai continuar a recorrer a uma instância superior, no Tribunal da Relação de Nova Iorque, que é o mais alto do estado.

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