PCP vota contra resolução do Parlamento Europeu de condenação da Rússia pela invasão à Ucrânia

1 mar 2022, 16:50
Jerónimo de Sousa

Dos 13 votos contra, dois foram dos comunistas portugueses. Houve mais de 600 votos a favor

O PCP votou, esta terça-feira, contra a resolução do Parlamento Europeu de condenação da Rússia pela invasão à Ucrânia.

Ao que a CNN Portugal conseguiu apurar, foram mais de 600 votos a favor, 26 abstenções e 13 votos contra, entre os quais, dois do PCP, quatro dos liberais, um dos verdes e um da extrema-direita. 

Em comunicado, o partido justifica o seu voto, afirmando que a resolução aprovada dá "força à escalada", que "procura impor uma visão unilateral" e "dá cobertura ao colossal processo de aumento de despesas militares, ao reforço e alargamento da NATO e à militarização da UE".

A posição do PCP sobre este conflito tem sido notoriamente diferente da da maioria dos outros partidos portugueses. Ainda antes da invasão, aquando do reconhecimento da Rússia da independência das repúblicas de Donetsk e Lugansk, os comunistas consideraram que "os últimos desenvolvimentos são inseparáveis de décadas de política de tensão e crescente confrontação dos EUA e da NATO contra a Federação Russa”, e denunciaram uma “perigosa estratégia de tensão e propaganda belicista promovida pelos EUA, a NATO e a União Europeia”.

Numa intervenção muito contestada no Parlamento, o ainda deputado João Oliveira afirmou que esta guerra "não era um problema entre russos e ucranianos" e que o conflito só interessa "aos Estados Unidos e ao seu complexo industrial militar", não condenando explícita e inequivocamente a invasão russa à Ucrânia.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e mais de 660 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.

O presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.

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