Zelensky exige a Guterres que ONU garanta segurança de central nuclear de Zaporizhzhia

Agência Lusa , CV
18 ago 2022, 15:34
António Guterres e Volodymyr Zelensky

Presidente ucraniano diz que o clima de “terror deliberado da parte do agressor pode ter consequências catastróficas a nível global” no caso de um acidente nuclear

A Ucrânia quer que as Nações Unidas garantam a desmilitarização da central nuclear de Zaporizhzhia, que está sob controlo russo, disse o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, após um encontro com o secretário-geral da ONU, António Guterres.

Na reunião com Guterres, realizada na cidade ucraniana de Lviv, Zelensky acusou a Rússia de fazer chantagem com a segurança da central nuclear, a maior da Europa, segundo relatou na rede social Telegram.

Zelensky disse que o clima de “terror deliberado da parte do agressor pode ter consequências catastróficas a nível global” no caso de um acidente nuclear.

“A ONU tem de garantir a segurança deste ativo estratégico, a sua desmilitarização e completa libertação das tropas russas”, defendeu.

As forças russas controlam a central, mas ambas as partes acusam-se mutuamente de ataques que podem provocar um desastre nuclear.

A Ucrânia tem quatro centrais nucleares em funcionamento, com um total de 15 reatores, seis dos quais em Zaporizhzhia.

Zelensky disse também que ele e Guterres concordaram em prosseguir com a implementação do acordo que permitiu o restabelecimento da exportação de cereais ucranianos que estavam bloqueados desde o início da guerra, a 24 de fevereiro.

O acordo, celebrado no final de julho, envolve Ucrânia, Rússia, Turquia e ONU.

Além do encontro com Guterres, Zelensky reuniu-se em Lviv com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

Após os encontros bilaterais, realizou-se uma reunião entre Zelensky, Erdogan e Guterres.

No exterior do palácio de Potocki, local da reunião trilateral, concentrou-se um grupo de familiares e amigos dos militares ucranianos feitos prisioneiros pelos invasores russos na fábrica Azovstal, em Mariupol, para pedir ao secretário-geral da ONU que interceda a favor destes, de acordo com a EFE.

Os manifestantes pretendem que os líderes mundiais convençam o presidente russo, Vladimir Putin, a permitir que a Cruz Vermelha e a ONU tenham acesso aos locais de cativeiro dos prisioneiros de Azovstal para verificar as suas condições e acertar os termos da sua libertação.

Oksana Dubyk, mulher de um dos prisioneiros ucranianos disse à EFE que estava dececionada com a “inércia” e a “impotência” demonstradas pela ONU e pela Cruz Vermelha, mas mostrou-se esperançosa de que António Guterres “finalmente acorde” e comece a ajudar os prisioneiros ucranianos.

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